Segundo pesquisa da CNC, proporção de endividados com bancos e financeiras em maio é a mais elevada desde 2017
O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) foi de 77,4% em maio, segundo pesquisa sobre endividamento e inadimplência da Confederação Nacional do Comércio, divulgada nesta terça-feira (7).
Segundo a entidade, houve um pequeno recuo no endividamento, mas ainda longe da verificada no mesmo mês do ano passado, quando atingiu o já alto patamar de 68%. Por outro lado, a proporção de famílias com contas e/ou dívidas em atraso aumentou no mês de maio, alcançando 28,7% do total dos lares brasileiros.
Diante do desemprego elevado, a queda na renda e a inflação acelerada no desgoverno Bolsonaro, a inadimplência cresceu pelo oitavo mês consecutivo desde outubro do ano passado.
“As famílias estão enfrentando dificuldades para honrar suas dívidas no mês, pois já estão com o orçamento muito apertado não só por conta das dívidas, mas também pela inflação ao consumidor acima dos 12% anuais”, avaliou a CNC.
De acordo com a pesquisa, o comprometimento médio da renda familiar com dívidas chegou a 30,4% em maio, a maior proporção desde agosto de 2021. Do total de endividados, 22,2% precisaram de mais de 50% da renda para pagar dívidas com bancos e financeiras, proporção mais elevada desde dezembro de 2017.
O cartão de crédito continua sendo a dívida maior para 88,5% das famílias endividadas. Com a carestia, até o botijão de gás está sendo comprado e parcelado no cartão de crédito, uma das modalidades dos bancos e financeiras que cobra extorsivas taxas de juros, comprometendo ainda mais o já minguado orçamento das famílias.
A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo variou de 346,3% ao ano em janeiro para 355,2% em fevereiro, conforme divulgado em março pelo Banco Central (BC).