
Lucro líquido atingiu R$ 10,192 bilhões, segundo Agência Nacional de Saúde
Os planos de saúde médico-hospitalares encerraram o ano de 2024 com um lucro líquido de R$ 10,192 bilhões em 2024, um salto de 429% em relação ao ano anterior (1,926 bilhão), segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgados nesta terça-feira (18). Esse é o maior lucro do segmento desde 2020.
Com o impulso dos planos de saúde médico-hospitalares, as operadoras de planos de saúde no país conseguiram obter um lucro total de R$ 11,1 bilhões em 2024, superando em 271% o balanço do ano anterior. “Esse resultado”, destaca a ANS, “equivale a aproximadamente 3,16% da receita total acumulada no período, que foi de aproximadamente R$ 350 bilhões”.
As operadoras lucram no Brasil sob denúncias de desligamento unilateral de planos e encerramento de vendas de planos mais baratos, além das denúncias de aumentos abusivos nas mensalidades e da péssima qualidade na prestação de serviços, conforme denúncias em plataformas de órgãos de defesa do consumidor, como sistema do consumidor.gov.br e do Procon, por exemplo.
Os planos de saúde também figuram no topo do ranking de reclamações e reclamações de serviços, apurados pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), com 29,10% do total.
As principais reclamações apontadas pelos consumidores são dúvidas e reclamações sobre reajuste abusivo (25,85% dos casos), em seguida vem prática abusiva (cancelamento unilateral de contrato e exclusão de dependentes) e negativa de cobertura, com 13,14% das reclamações cada.
Em novembro de 2024, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) instaurou um processo administrativo contra 14 planos de saúde. Essa decisão foi tomada após a conclusão de um estudo detalhado de monitoramento de mercado que estabelece as irregularidades nas rescisões de contratos.
“As práticas identificadas violam os princípios do Código de Defesa do Consumidor e as normas do setor de saúde suplementar, impactando a vida de milhares de brasileiros, muitos deles em condições de vulnerabilidade por enfrentarem problemas graves de saúde”, declarou a Senacon, na época.