Com sorriso no rosto, Valadão anuncia morte do bolsonarista Guilherme de Pádua

O velório do ex-ator Guilherme de Pádua reuniu centenas de fiéis e familiares em um dos salões da Igreja Batista da Lagoinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (7). Ele morreu de infarto na noite deste domingo (6). 

Durante a cerimônia, o pastor bolsonarista Márcio Valadão, líder da igreja, conduziu, com um estranho sorriso no rosto, um culto em homenagem ao ex-ator condenado pelo assassinato da atriz Daniela Perez em 1992.

Após a celebração, Márcio Valadão, em entrevista ao Estado de Minas, disse que Pádua “experimentou um momento muito triste quando estava longe do evangelho”. “Quando ele praticou o crime horrendo ele era uma lagarta. Não tinha Deus na vida, não tinha convertido ainda. A vida dele era aquela vida”, complementou o religioso, comparando a trajetória do ex-ator ao de uma lagarta.

“Toda borboleta era uma lagarta, que rasteja, vive dentro do casulo. O que Jesus veio trazer foi uma nova oportunidade para o homem, perdoando os nossos pecados. Quando a pessoa se converte, ela dá uma guinada na vida, passa de lagarta para borboleta”, disse. O líder da Igreja Batista da Lagoinha comentou, ainda, que o ex-ator foi julgado, condenado e cumpriu a pena dele. “Teve um dia que ele (Guilherme) experimentou aquilo que Jesus chama de novo nascimento”, completou Márcio Valadão.

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PLANETA AMANHECEU MELHOR

Ao se manifestar sobre a morte de Guilherme de Pádua, o ator Raul Gazolla, de 67 anos, afirmou que “o planeta amanheceu melhor, ar mais limpo”. Ele era casado com Daniella Perez quando a atriz foi assassinada por Pádua e Paula Thomaz.

Gazolla também fez referência ao vídeo onde o pastor Márcio Valadão divulga a morte do ex-ator. “Até o bispo da igreja dele [Márcio Valadão] deu a notícia rindo. Devia ser um tormento para a igreja ter como pastor um assassino com um ego tão grande quanto seu crime. A declaração foi dada ao site F5, da Folha de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (7).  

“Já foi tarde. Agora tem que acertar as contas com o invertido, o capiroto, o coisa ruim. Vamos seguir em frente e agradecer por estarmos em um mundo melhor hoje”, finalizou ele.

O CRIME

Guilherme de Pádua interpretou o motorista Bira na novela De Corpo e Alma, da TV Globo, em 1992. Seu personagem fazia par romântico com Yasmin, vivida pela atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. No decorrer das gravações, Pádua assassinou a colega de elenco com a ajuda da ex-mulher, Paula Nogueira Thomaz.

As investigações da época dão conta de que Guilherme teria ficado insatisfeito com a diminuição de seu papel na novela, enquanto Paula demonstrava ciúmes pelas cenas de Daniella com o ator.

Após armar uma emboscada para a atriz em um posto de combustíveis, o casal a levou para um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e desferiu pelo menos 20 golpes de punhal. O crime ocorrido em 28 de dezembro de 1992 chocou todo o país.

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