Enquanto qualidade do serviço despenca, Prefeitura da Capital e Governo de São Paulo anunciaram aumento das tarifas de ônibus, do Metrô e da CPTM
O Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da Capital anunciaram, nesta quinta-feira (26), aumento nas tarifas de transporte a partir do próximo dia 06 de janeiro. No Metrô e CPTM a tarifa passa dos atuais R$5,00 para R$5,20. Os ônibus municipais, por sua vez, terão aumento na tarifa dos atuais R$4,40 para R$5,00.
O aumento na tarifa dos trens é de 4%, abaixo da inflação do período, de 4,71%, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – IPCA15). Já o aumento na tarifa dos ônibus será de 13,6%.
Em relação ao salário mínimo, que deve ser reajustado para R$ 1.518,00, para o usuário que utiliza duas passagens de ônibus por dia, R$10, de segunda a sábado, a tarifa irá sugar R$ 280,00, aproximadamente 19% do mínimo, por pessoa.
Para ambos os casos, o usuário poderá comprar créditos em seu cartão transporte até as 23h59 do dia 5 de janeiro nos valores atuais com validade de 180 dias. Após esse prazo, passa-se a debitar o valor atualizado.
De acordo com estudos da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) e da CNT (Confederação Nacional do Transporte), atualmente São Paulo já é a 9ª capital com a tarifa mais alta do país. Curitiba, Florianópolis e Porto Velho têm as tarifas mais elevadas, R$ 6,00.
O novo valor da passagem deve ser referendado pela Câmara Municipal. Os vereadores precisam votar a aprovação ou não da nova tarifa. Durante a campanha eleitoral, o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) dizia que seu desejo era de não aumentar a passagem em São Paulo.
INDIGNAÇÃO
Na manhã desta sexta-feira (27), um usuário de transporte público cobrou o prefeito sobre o aumento das passagens de ônibus.
Durante agenda para anúncio do início da reforma na UBS (Unidade Básica de Saúde) Max Perlman, na Vila Nova Conceição, zona sul, Nunes parou para cumprimentar um paciente que entrava em uma das salas do posto de saúde. O homem respondeu dizendo que estava tudo bem, menos o aumento na passagem do ônibus.
Nunes então tentou se justificar sobre o aumento, dizendo que o reajuste seria uma “correção” da inflação e tentou responsabilizar o governo Lula pela decisão.
“Não é um aumento, é uma correção da inflação e uma preocupação muito grande porque a gente tem observado o cenário econômico do país que nos dá uma direção preocupante”, repetiu Nunes, pouco depois, a jornalistas.
“O diesel tem uma vinculação muito forte com a questão do dólar. A inflação passou da meta e não temos expectativa durante o ano de 2025 de que seja controlada”, disse.