Em mais uma demonstração da adesão à campanha de Bolsonaro e, por sua vez, da traição ao seu mentor Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, declarou que, após a sua eleição, a polícia paulista vai “atirar pra matar”.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes ele afirmou que, caso seja eleito ao governo, logo em 1º de janeiro, qualquer pessoa que tenha o enfrentamento com a Polícia Militar ou a Civil, ou se rendem ou vão para o chão. “Se fizer o enfrentamento com a polícia, a polícia atira. E atira pra matar”, disse o tucano.
A declaração de Doria não foi bem recebida pela PM, o comandante-geral da força, coronel Marcelo Vieira Salles afirmou que a corporação tem que zelar pela preservação da vida.
O coronel destacou que não opinaria diretamente a respeito do que disse o candidato tucano, mas, sim, sobre a técnica que a PM deve utilizar independentemente de quem seja o governador. “Qualquer polícia do mundo é feita para conter a violência. É um instrumento do estado, a representação física para conter a violência. O policial só deve fazer uso da força, de forma progressiva, quando se vê numa situação em que se deve se defender ou preservar a vida de um terceiro”.
“Ninguém sai de casa pra matar. Somos profissionais. Tem que agir tecnicamente e dentro da legalidade. A opção do confronto é do infrator”, afirmou o comandante-geral da PM de São Paulo.
O comandante se diz preocupado com a sociedade que aplaude a letalidade policial, que bateu recorde em 2017. Com 939 mortos pelas polícias civil e militar, o ano passado foi o que a letalidade policial bateu recorde histórico desde o início da contabilização dos dados, em 1996.
Ainda, o coronel disse que os candidatos precisam pensar em se preocupar com o policial e aprimorar o sistema de segurança. “Acho que os candidatos poderiam se preocupar em defender o policial que está em serviço e aprimorar o sistema de segurança como um todo. Uma das colunas mestres da instituição é a preservação da vida”, complementou o comandante Marcelo.