O general Villas Bôas, comandante do Exército, afirmou, em entrevista na Rede Globo, na terça-feira (19) que os cortes no orçamento federal deverão provocar uma redução de cerca de vinte mil efetivos do Exército. Ele disse ainda que vários outros ajustes já vêm sendo feitos porque “as Forças Armadas tiveram um contingenciamento de verbas que chegou a 40% do previsto”.
O general disse que as manifestações isoladas de militares defendendo intervenção das FFAA na política “já foram tratadas e resolvidas internamente”, referindo-se ao general Antonio Hamilton Mourão. Ele descartou outras punições neste momento e disse que acredita que as instituições resolvam os problemas que o país está vivendo. “Um país com um potencial do nosso, com recursos naturais, humanos, a energia e a criatividade da população brasileira é claro que tem jeito”, argumentou.
Sobre a questão da Amazônia, ele alertou para os interesses internacionais que “querem se apoderar das riquezas que existem na região”. “Depois que as grandes potências perderam o controle direto sobre as matérias primas das antigas colônias, eles passaram a se utilizar de outras formas para impedir que os países que se libertaram se apoderem dessas riquezas, inclusive trabalhando a questão ambiental”, denunciou. “O Brasil tem hoje 70% das florestas originais preservadas. A Amazônia tem cerca de 84% preservada. A Europa tem 0,3% de floresta preservada. Eles não têm moral nenhuma para nos criticar”, disse.
Villas Bôas, que já foi Comandante da Amazônia, criticou a manipulação que os países desenvolvidos fazem com a questão ambiental, mas não se referiu à absurda decisão de Michel Temer de entregar a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca) para a exploração por multinacionais. A forte reação nacional à essa decisão estapafúrdia de Temer, reflete a posição da maioria esmagadora da opinião pública brasileira que defende que quem tem que controlar a exploração dos minérios e cuidar da proteção do meio ambiente em nosso país, somos nós mesmos e não as vorazes multinacionais predadoras. Não serão empresas como Samarco, Alcan, Alcoa e outras que cuidarão disso. Pelo contrário, essas empresas, além de roubarem as riquezas, destroem tudo que vêm pela frente.
S. C.