Bolsonaristas golpistas criticaram o pronunciamento do general Marco Antônio Freire Gomes e se disseram “decepcionados”
O comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, divulgou sua mensagem de fim de ano ressaltando a importância da hierarquia, disciplina e coesão e não fazendo nenhuma incitação aos golpistas, o que decepcionou os bolsonaristas.
A mensagem lembrou a atuação do Exército em “ajuda humanitária” e “nos resgates após as catástrofes naturais”.
“Foi pela ação de vocês, Soldados de Caxias, que mantivemos a vigilância e a segurança em nossas fronteiras, que projetamos o poder militar do Brasil pelo mundo afora e que permanecemos adestrados e prontos, com o nosso “Braço Forte”, para cumprir todas as nossas missões constitucionais”.
“O sacrifício anônimo de cada um de vocês, no intenso frio dos Pampas, no interior da brasileira Amazônia, debaixo do sol inclemente da Caatinga, no retorcido Cerrado e nas planícies do Pantanal, foi convertido, mais uma vez, em melhoria de qualidade de vida, segurança e soberania para todos os brasileiros”, apontou o comandante.
“A hierarquia, a disciplina e a coesão não são apenas pilares que sustentam uma instituição de Estado como a nossa. São marcas indeléveis que derivam dos nossos valores mais caros, que precisam ser cultivados todos os dias, da mesma forma que nossos veteranos fizeram antes de nós”, continuou.
“Aos meus nobres comandados, veteranos e servidores civis, herdeiros do espírito imortal do Duque de Caxias, o pacificador, meus agradecimentos por viverem para servir ao Exército e ao Brasil! Parabéns pelos resultados obtidos neste exitoso ano!”, diz em outro trecho da mensagem.
Os bolsonaristas, que estão bloqueando estradas e fazendo acampamentos em frente a quartéis desde o dia 30 de outubro, quando foi confirmada a vitória de Lula sobre Bolsonaro nas eleições, ficaram decepcionados com a mensagem do general Marco Antônio Freire Gomes.
Em um comentário feito na mensagem publicada no Youtube, uma mulher chamada Érica Moraes disse que se sentiu “uma idiota com as palavras do general. Estou há 53 dias na porta do quartel e é isto que o senhor tem a dizer?”.
Vários outros pedem que os militares “não abandonem os patriotas”.
Outros usuários usaram o espaço para tirar sarro dos golpistas. Em diversos comentários que pedem ao Exército que dê um golpe, pessoas responderam com “toma uma cloroquina que passa” ou “faz arminha que vai dar certo”.
Um usuário respondeu: “72h! Aguarde!”, brincando com as fake news que circulam há meses nas redes bolsonaristas que dizem que os golpistas só precisam ficar mais 72h nos acampamentos, que Jair Bolsonaro vai agir.
As Forças Armadas atuaram nas eleições como entidade fiscalizadora, e não identificou nenhum indício de fraude.
Mesmo assim, os bolsonaristas querem que os militares se envolvam em um golpe de estado para que Jair Bolsonaro não deixe o poder, mesmo tendo perdido as eleições presidenciais para Lula.
Quando o relatório foi divulgado pelo Ministério da Defesa, os bolsonaristas criticaram por não apontar a fraude que eles juravam que tinha acontecido.
“Tomamos chuva, fomos atropelados, passamos vergonha à toa? É isso? Caramba viu”; “Quer dizer que to tomando chuva no lombo, dormindo em barraca e cagando em banheiro químico desde o dia 2/11 à toa????”, reclamaram.
Leia a nota:
“Mensagem de fim de ano do comandante do Exército
Soldados do Exército Brasileiro!
O final do ano aproxima-se, e este é o momento para refletirmos sobre os desafios que superamos e, ainda, buscarmos a motivação para prosseguir em nossa missão.
2022 foi um ano intenso para todo o nosso Exército e, como sempre, vocês cumpriram inúmeras missões, nos mais distantes rincões do Brasil e do mundo.
Foi pela ação de vocês, Soldados de Caxias, que mantivemos a vigilância e a segurança em nossas fronteiras, que projetamos o poder militar do Brasil pelo mundo afora e que permanecemos adestrados e prontos, com o nosso “Braço Forte”, para cumprir todas as nossas missões constitucionais.
Foi, também, por intermédio das mulheres e dos homens da Força Terrestre que a “Mão Amiga” se manteve estendida para o povo brasileiro, atuando na ajuda humanitária, nos resgates após as catástrofes naturais, na entrega de água no semiárido ou nas obras da nossa gloriosa Engenharia.
O sacrifício anônimo de cada um de vocês, no intenso frio dos Pampas, no interior da brasileira Amazônia, debaixo do sol inclemente da Caatinga, no retorcido Cerrado e nas planícies do Pantanal, foi convertido, mais uma vez, em melhoria de qualidade de vida, segurança e soberania para todos os brasileiros.
A confiança que a sociedade deposita em nossa Instituição é fruto do trabalho individual de todos, refletido na postura, na atitude e no respeito que o Soldado impõe no cumprimento de suas missões.
A hierarquia, a disciplina e a coesão não são apenas pilares que sustentam uma instituição de Estado como a nossa. São marcas indeléveis que derivam dos nossos valores mais caros, que precisam ser cultivados todos os dias, da mesma forma que nossos veteranos fizeram antes de nós. Em um ano como o de 2022, esses valores foram, mais uma vez, postos à prova e mostraram para toda a sociedade que o Exército Brasileiro continua forte, disciplinado e unido em prol do nosso Brasil.
Mas o final de ano também é o momento de enfatizarmos os laços familiares. O suporte incondicional à Família Militar e o fortalecimento da dimensão humana estão sempre entre as prioridades da Força. Nesse sentido, procuramos fortalecer o Sistema de Proteção Social, aperfeiçoar o apoio de saúde e a assistência social e religiosa, além de valorizar nossos veteranos e ampliar o Sistema Colégio Militar do Brasil.
Aos meus nobres comandados, veteranos e servidores civis, herdeiros do espírito imortal do Duque de Caxias, o pacificador, meus agradecimentos por viverem para servir ao Exército e ao Brasil! Parabéns pelos resultados obtidos neste exitoso ano!
Com o forte sentimento de missão cumprida, desejo a todos um Natal repleto de alegrias e boas memórias e um 2023 cheio de paz, união, liberdade e realizações!”