Carros elétricos de fabricação chinesa estão chegando melhores e mais baratos
Com o avanço das vendas dos carros elétricos de fabricação chinesa no Brasil, as montadoras chinesas voltaram a ser alvos de ataques pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) no início desta semana (17).
A entidade que representa a General Motors, Ford, entre outras, acusa as empresas chinesas de concorrência desleal, por venderem carros híbridos e elétricos a preços mais baixos do que o preço determinado pelo cartel das montadoras aqui no Brasil, onde o preço de um carro chega a ser o dobro do que é cobrado no México, por exemplo.
O presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite, diz que “estudos de mercado” estão “em andamento” para averiguar a suspeita de prática de dumping por parte das montadoras chinesas e que o material será entregue ao Ministério Público e ao governo federal.
Leite diz haver “um excesso de importação” de carros chineses. Segundo a entidade, os estoques de veículos chineses no Brasil estão próximo de 80.000, além das importações que continuam vindo da Ásia, mesmo após o governo federal ter aumentado as alíquotas de importação de carros elétricos, a pedido da Anfavea.
No ano passado, as empresas chinesas venderam cerca de 60% de todos os eletrificados importados e cerca de 23% dos veículos, segundo um levantamento feito pelo site Poder 360.
A Anfavea, que afirma ser defensora da livre concorrência, tem atuado para barrar a entrada de empresas chinesas no país. Entre as medidas está o novo valor de sobretaxa para a importação de carros 100% elétricos, que aumentará progressivamente, começando com 10% neste ano e chegando a 35% em 2026.
Os chineses, que estão vendendo seus carros – mais avançados e mais baratos – para o mundo todo, negam que estão fazendo dumping.
Por meio de nota, a BYD rebate a acusação da Anfavea afirmando que as montadoras tradicionais “tentam de todas as formas utilizar artimanhas para esconder a falta de competitividade”, destacando que está investindo “na indústria automotiva brasileira que foi, por décadas, deixada em segundo plano pelas montadoras tradicionais”. A BYD está construindo sua fábrica na Bahia, com a promessa de produzir até 300 mil carros por ano.
Já a GWM diz que “vê a ação com tranquilidade, pois segue estritamente as regras internacionais e a legislação brasileira para comércio exterior”. A montadora também promete produzir 300 mil carros por ano, em sua fábrica na cidade de Iracemápolis (SP).