Segundo levantamento feito pela Fecomércio-SP, o comércio paulista fechou 5,8 mil postos de trabalho apenas na passagem de maio para junho. A pesquisa leva em consideração os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e contabiliza postos com carteira assinada.
Os analistas atribuem o resultado à greve dos caminhoneiros, que parou o Brasil por 11 dias no final de maio como reposta ao aumento abusivo do preço dos combustíveis.
No entanto, a atividade comercial do estado mais rico do Brasil vem sofrendo os efeitos da crise há meses. Somando os trabalhadores que perderam o emprego em junho, o comércio paulista demitiu 33,7 mil pessoas nos primeiros seis meses de 2018, o que desmente a propaganda de recuperação do governo Temer.
A Fecomercio avalia que o resultado é fruto do “consumo represado” das famílias brasileiras e do “desempenho frustrante da economia”.
Os setores do comércio que mais contribuíram para as demissões em junho foram as lojas de vestuário, tecidos e calçados (-1,8 mil trabalhadores) e o varejo de materiais de construção (-1,2 mil).
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo no país caíram 0,3% na passagem de maio para junho. No mês anterior – antes, inclusive, da paralisação dos caminhoneiros – a queda foi de -1,2%.
O desemprego e o subemprego total medidos segundo os critérios da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – Pnad Contínua, também do IBGE, já atinge quase 28 milhões de brasileiros.