Em 2020, o comércio varejista brasileiro teve 75 mil lojas, com vínculos empregatícios, fechadas. O resultado reflete a diferença entre novas lojas abertas e lojas encerradas no ano, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgada no início deste mês.
A retração em 2020 é a maior desde 2016, cujo saldo negativo foi de 105,3 mil sob o impacto da maior recessão da história recente do país, entre 2015 e 2016.
Nenhum segmento do varejo apresentou expansão no número de estabelecimentos comerciais em 2020. Destacou-se negativamente o ramo de vestuário, calçados e acessórios com 22,29 mil unidades fechadas, seguido pelos hiper, super e minimercados que encerraram 14,38 mil lojas. Utilidades domésticas e eletroeletrônicos sofreram perdas de 13,31 mil estabelecimentos.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
Para a CNC, as perdas só não foram maiores graças ao “fortalecimento do comércio eletrônico” e o “benefício do auxílio emergencial, permitindo que o brasileiro pudesse manter algum nível de consumo”.
Para os próximos meses ainda há muita incerteza quanto à retomada do consumo presencial. Tal incerteza se encontra diretamente associada à evolução da crise sanitária e seus impactos sobre o nível de isolamento social da população.
“O desafio será ver o comportamento deste ano, com o programa de imunização ainda em andamento”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
DESEMPREGO
Ao longo do último ano, 25,7 mil vagas formais foram perdidas. Trata-se da primeira queda anual desde 2016 quando foram perdidas 176,1 mil. Embora negativo, o saldo de 2020 não reverteu completamente a quantidade de vagas geradas nos três anos anteriores.
Regionalmente os saldos negativos do número de estabelecimentos ocorreram em todas as unidades da Federação. São Paulo com -20,30 mil, Minas Gerais -9,55 mil e Rio de Janeiro com -6,04 mil foram os três com maiores perdas.