A comissão especial conjunta deverá “investigar com precisão” os “subornos pagos” pela Odebrecht “a alguns funcionários do governo boliviano”, assegurou o presidente da Assembleia Legislativa, Alvaro Garcia Linera, citando as informações provenientes das investigações brasileiras.
Conforme o anúncio de Linera, os pagamentos ilícitos foram feitos durante os anos de 2004 e 2005, durante a construção da rodovia Roboré-El Carmen, período no qual o país era presidido por Carlos Diego Mesa Gisbert (2003-2005) e Eduardo Rodríguez Veltzé (2005-2006). “Vocês viram que nas investigações feitas pela justiça brasileira, várias iniciais aparecem, como C.G. e um C. Morales ou C.M. em 2004. Estes subornos devem ser investigados e imediatamente enviados para o Ministério Público”, afirmou em coletiva de imprensa.
De acordo com o deputado, os membros da comissão precisarão realizar um trabalho conjunto com as chancelarias boliviana e brasileira, o que deve incluir viagens ao país vizinho para coleta de dados. Após seis meses, a comissão apresentará seu relatório sobre as investigações, que serão dirigidas pela comissão, com o apoio e colaboração das demais instituições, de forma a “penalizar” os responsáveis “de acordo com a lei”.
Sobre a investigação, o presidente do Senado, José Alberto Gonzales, disse que a comissão especial conjunta de inquérito é integrada pelos senadores Milton Baron e Adriana Salvatierra, os deputados Susana Rivero e Betty Yañíquez, os quatro do partido Movimento ao Socialismo. Pela oposição, estão o senador Víctor Hugo Zamora, do Partido Democrata Cristão, e o deputado Norman Lazarte, da Unidade Democrática.4