A Confederação Nacional de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais (Conampe) divulgou Carta Aberta a Jair Bolsonaro clamando por socorro. O documento afirma que as dificuldades de crédito, situação tradicional para pequenas empresas e empreendedores individuais, se agravou com a crise provocada pela pandemia e que espera por ajuda imediata para que as empresas e negócios não quebrem.
“Angústia e desespero tomam conta dos empresários e empreendedores do segmento, bem como dos seus empregados. Somos 99,2% das empresas existentes no país, contribuímos com 27% do PIB, somos responsáveis por 52,2% das carteiras assinadas no país e por 80% de todos os primeiros empregos. Neste momento não temos como pagar salários, aluguéis, água, luz, internet, telefone. Precisamos de socorro, imediato, já!”, diz a carta assinada pelo presidente da instituição Ercílio Santinoni.
As medidas de fechamento de serviços não essenciais e de quarentena, necessárias para conter o novo coronavírus, demandaram uma resposta imediata do governo federal, mas até agora nenhuma ajuda efetiva chegou às empresas. A despeito dos R$ 1,2 trilhão que o Banco Central (BC) liberou para aumentar a liquidez dos bancos – e assim, ofertar crédito para que as empresas enfrentem a crise sem demitir ou quebrar – as instituições financeiras continuam estabelecendo suas próprias leis e represando o dinheiro que deveria ser um socorro. Tampouco os bancos públicos, como o BNDES e Caixa Econômica apresentaram uma linha de crédito que responda à emergência da situação.
O presidente da Conampe, Ercílio Santinoni, faz uma cobrança direta ao presidente da República no documento. Para ele, novos critérios para acesso ao crédito são necessários e cada dia de espera é um obstáculo a mais para a existência de empresários e empreendedores.
“Nossas empresas estão fechadas ou estamos trabalhando apenas parcialmente e com poucas alternativas, apesar de todos os nossos esforços para inovação e resistência. Os bancos precisam emprestar para quem realmente precisa, mesmo aqueles que nunca tiveram uma conta bancária em seu CNPJ”, afirma a entidade que já levou às demandas para o Ministério da Economia e que tem contribuído com propostas para socorro dos empresários.
“Estamos prontos a dar a nossa contribuição, sempre. Mas nesse momento clamamos por ajuda e ajuda urgente, pontual e imediata. Cada dia de espera é um obstáculo a mais para a nossa sobrevivência”.
Excelente.