Conferência reúne lideranças do Mali, Burkina Faso e Niger em defesa das riquezas nacionais

Conferência dos países do Sahel atraiu milhares de participantes da região (People's Dispach)

Governos revolucionários dos três países da região africana do Sahel realizam Conferência para avançar na defesa das riquezas naturais pondo fim a séculos de assalto dos bens minerais destas nações

Milhares de pessoas se reuniram no ‘Centro Internacional de Conferências Mahatma Gandhi’ nesta terça-feira, 19, em Niamey, capital do Níger, como um momento histórico para as pessoas que vivem no Sahel e defendem a liberação da exploração de suas riquezas. Nestes últimos anos aconteceram uma série de revoluções contra o neocolonialismo europeu que explorava os países de Mali, Burkina Faso e Níger.

A ‘Conferência em Solidariedade com os Povos do Sahel’ foi organizada pelos movimentos ‘Pan-Africanismo Hoje’ e ‘Organização do Povo da África Ocidental’ para aprofundar a unidade em torno das forças que apoiaram o levante que levou a expulsão dos franceses cujas tropas garantiam a pilhagem .

“Enfrentaremos o poder do imperialismo”, disse o governador de Niamey. “Nenhuma potência militar no mundo pode impedir a tentativa de independência e a rejeição da antiga ordem mundial,” acrescentou. Para o governador, o movimento de luta contra o imperialismo no Sahei se tornou um processo irreversível.

“Vocês estão quebrando contratos coloniais e preparando o terreno para que a liberdade e os direitos prevaleçam em seu país. O povo do Sahel é um grande exemplo para os povos da África e do resto do mundo,” discursou para o público Philippe Toyo Noudjenoume, presidente da Organização do Povo da África Ocidental.

“Continuaremos a lutar por nossos direitos básicos. O imperialismo oferece morte, destruição e exploração. Nosso compromisso é com nosso povo, não com capitalistas e imperialistas”, discursou Neuri Rossetto, da Assembleia Internacional dos Povos.

“É imperativo que nos alinhemos com as necessidades de nosso povo, e não com os interesses financeiros do imperialismo”, disse Jonis Ghedi Alasow, do Secretariado do ‘Pan-Africanismo Hoje’. “É neste contexto que a Aliança dos Estados do Sahel se destaca como um farol de esperança,” disse ele, “um avanço do campo popular nesses países é um avanço da classe trabalhadora na África e em todo o mundo”.

“REVOLUÇÃO PATRIÓTICA”

“Estamos vivendo uma revolução patriótica, uma luta por uma segunda independência”, disse ele. “Precisamos adotar uma nova estratégia, a diferença hoje é que estamos decidindo por conta própria. Não recebemos mais instruções de Paris. Recebemos instruções em casa,” disse Mamane Sani Adamou, da ‘Organização Revolucionária para a Nova Democracia’. Para Adamou, o próximo passo é estabelecer uma base para uma nova soberania econômica, uma moeda independente e a soberania alimentar.

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