
Entidade defende menos juros e mais crescimento
A confiança do empresariado industrial voltou a cair em agosto, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Confederação Nacional da Indústria. O resultado, divulgada na quarta-feira (13), revela que a falta de confiança se tornou mais intensa e disseminada no setor.
O recuo foi de 1,2 pontos, na comparação com julho, reduzindo índice para o nível de 46,1 pontos, o menor valor registrado no ano, chegando ao oitavo mês consecutivo abaixo da linha de 50 pontos.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ‘houve um aprofundamento do índice de confiança, uma queda “. “A confiança tem sido contaminada pela elevação da taxa de juros, que ocorre desde o fim do ano passado”, ressaltou Azevedo. De acordo com o ICEI, os empresários estão há oito meses sem confiança.
Em setembro do ano passado, o Banco Central retomou o ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic), então elevada para 10,75%%. Atualmente a Selic está em 15% ao ano, com o juro real em 10%, o segundo maior do planeta.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em 30 de julho, o BC decidiu manter a Selic em 15% por um longo período, o que foi criticado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban. “Precisamos de menos juros e mais crescimento”, defendeu Alban.
Azedo apontou também para a queda na confiança dos empresários diante da “maior incerteza no cenário externo”, numa referência ao tarifaço de 50% imposto por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos contra o Brasil.
Para o presidente da CNI, o plano apresentado pelo presidente Lula ontem (13/8) dá fôlego à indústria nacional.
“Não queremos só respirar, mas caminhar e, neste primeiro momento, o Plano Brasil Soberano representa abertura de mercado e reflete o esforço contínuo de manter o diálogo e buscar soluções”, destacou Alban ao discursar no evento de lançamento das medidas. “Temos que ter muito cuidado, atenção e agilidade na defesa comercial correta, séria e transparente. Se colocarmos o Brasil como nação em primeiro lugar, tenho certeza de que podemos avançar muito mais”.