O índice de confiança dos empresários industriais está 1,2 ponto percentual mais baixo em outubro, afirmou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) através de uma prévia da pesquisa sondagem da indústria, divulgada mensalmente. Se confirmado, este será o menor índice em um ano (quando o indicador atingiu 94,2 pontos, em outubro de 2018).
A pesquisa leva em consideração tanto a percepção dos empresários em relação à situação atual, quanto as perspectivas futuras. O Índice de Situação Atual cairia 0,8 ponto, para 95,1 pontos sobre setembro. Por sua vez, o Índice de Expectativas apresentaria recuo de 1,4 ponto para 93,8 pontos, o menor valor desde julho de 2017 (93,1 pontos).
Além disso, a FGV divulga simultaneamente o Nível de Utilização da Capacidade Instalada das indústrias – cujo resultado indica o nível de operação das empresas e quanto acreditam que o mercado no próximo período absorverá o que é produzido. A prévia de outubro coloca a capacidade instalada operando em 75,6% – o que representa alta ociosidade, já que 24,4% do parque estaria paralisado.
O país já soma, entre desempregados e subempregados, 27,4 milhões de pessoas. Isto somado às rendas achatadas, ameaças aos benefícios previdenciários e o corte de programas (como as bolsas de pesquisa), tem grande impacto sobre o consumo. Por outro lado, a taxa de investimento – puxada pela política de ajuste que decepou os gastos e investimentos públicos – caiu em 2019 para o menor nível em 50 anos (15,5% do PIB ante 20,9% em 2013).
O que se viu de resultado foi um primeiro trimestre de encolhimento da economia (-0,2%) e um segundo trimestre de variação irrisória (0,4%). Ainda sem resultados oficiais, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 0,07% em agosto, após ter caído 0,07% em julho. Ou seja: uma variação medíocre e que, de um mês para o outro, se anulam.
Como contribuição essencial para esta situação de crise e de crescimento zero, está a produção industrial: dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) mostraram que o setor produtivo acumula queda de 1,7% no ano (até agosto) na comparação com o mesmo período de 2018. Assim, é de se esperar pouca confiança e otimismo dos empresários.