Em mais um lance da chicana do “Russiagate” – a inexistente ingerência russa nas eleições nos EUA de 2016 – o ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, general Michael Flynn, se declarou ‘culpado’ de ‘mentir para o FBI’ sobre sua conversa com o então embaixador russo Sergei Kislyak, mas negou como “falsas e ultrajantes” as acusações de traição.
Flynn, que obviamente teve seu telefonema para Kislyak grampeado e, diante da chamada lei Logan – que jamais foi aplicada em duzentos anos contra quem quer que seja – não tinha outro caminho senão esse. Imediatamente, a ABCNews publicou a fake news de que Flynn dissera ter sido instruído “por Trump” a entrar “em contato com os russos”, mas teve de recuar rapidamente após ser desmascarada.
A motivação de Flynn para telefonar para Kislyak foi a de convencer o governo russo a não retaliar a provocação cometida pelo presidente fim-de-feira Obama, que a poucos dias de deixar o governo expulsou dezenas de diplomatas russos. Flynn também pediu – como revelou – que a Rússia apoiasse ou retardasse na ONU uma votação sobre Israel.
Quando Flynn realizou as gestões junto a Kislyak, Trump já estava eleito, o general fazia parte da equipe de transição e, assim, a única pergunta cabível sobre o fato é, como registrou um analista, “e daí?” Nada havia de ilegal nem em Flynn telefonar, nem no fato do embaixador atender. Inclusive nada havia de ilegal em discutir as sanções.