“Confundir terrorismo com crime organizado só traz prejuízo à investigação”, diz diretor da PF

Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues (Foto: Isaac Amorim - MJSP)

Delegado Andrei Rodrigues defendeu “fortalecer a Polícia Federal, ampliar os recursos orçamentários e humanos para que a gente possa entregar o que a sociedade precisa”

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu que o Projeto de Lei Antifacção (PL 5582/25) não deve “confundir institutos diferentes” e incluir o tema do terrorismo junto do combate às organizações criminosas.

Caso o texto “não confunda terrorismo com crime organizado, terá o apoio da Polícia Federal, terá as nossas contribuições”.

“O que nós não podemos é confundir uma coisa com a outra. São fins, propósitos e mecanismos de enfrentamento diferentes. Uma eventual mistura legislativa de crime organizado com terrorismo só traria prejuízo para a investigação”, continuou. Ele lembrou que “terrorismo é atribuição exclusiva da PF o enfrentamento”.

Rodrigues informou que está em diálogo com o relator da matéria no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE). O texto, na avaliação do chefe da PF, tramitou na Câmara “de maneira muito rápida e sem a necessária maturação”.

O diretor-geral da PF também comentou que “em vez de ter qualquer movimento para tirar recursos da instituição, precisamos ampliar a nossa capacidade orçamentária para poder fazer mais e melhor”.

“É preciso fortalecer a Polícia Federal, ampliar os recursos orçamentários e humanos para que a gente possa entregar o que a sociedade precisa”, argumentou.

Está em debate um trecho do projeto de lei que tira da Polícia Federal a exclusividade sobre a destinação dos bens apreendidos em operações de combate ao crime organizado.

Andrei Rodrigues destacou que a descapitalização do crime é um eixo fundamental no enfrentamento às facções criminosas e as apreensões têm crescido durante o governo Lula. Em 2023, foram R$ 3 bilhões, enquanto em 2025 a expectativa é que sejam atingidos R$ 10 bilhões.

“Precisamos ter na legislação mecanismos de reversão desse patrimônio para o combate ao crime. Isso precisa de celeridade, agilidade”, disse.

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