Congresso aprova LDO de 2025 com previsão do salário mínimo a R$ 1.502

Vista do Congresso Nacional. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom - Agência Brasil

O plenário do Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (18), em votação simbólica, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 – que é a instrução normativa que dá bases para o Orçamento do ano que vem. O texto agora vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No projeto, os parlamentares aprovaram um salário mínimo de R$ 1.502 no próximo ano – resultado da reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC – 3,35%), mais um crescimento real de 2,9%, referente à variação do PIB de 2023. Atualmente, o valor do mínimo está fixado em R$ 1.412.

A LDO prevê R$ 2,32 trilhões de receitas primárias em 2025. O montante equivale a 18,7% do PIB. Esse valor exclui os ganhos com operações financeiras.

O texto da LDO prevê regras para a elaboração e a execução dos orçamentos anuais, sem apresentar valores de despesas e investimento de cada rubrica.

No projeto, os parlamentares mantiveram a proposta da área econômica do governo federal de meta fiscal de déficit zero em 2025, com uma margem de tolerância prevista de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) – o equivalente a até R$ 30,9 bilhões para a meta fiscal ser dada como cumprida.

Os parlamentares decidiram por excluir 93 despesas não obrigatórias de contingenciamentos orçamentários pelo Poder Executivo. A proposta original previa 71 rubricas. Entram rol dessas despesas estão:

  • Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa);
  • Ensino Profissional Marítimo;
  • Sistema de Fronteiras;
  • Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal;
  • Análises para outorga de títulos minerários e com a fiscalização da lavra de recursos minerais estratégicos;
  • Aquisição e distribuição de alimentos da agricultura familiar para promoção da segurança alimentar e nutricional;
  • Defesa agropecuária;
  • Seguro rural;
  • Apoio às populações indígenas;
  • Programas de proteção aos defensores de direitos humanos, a crianças e adolescentes ameaçados de morte e a vítimas e testemunhas ameaçadas;
  • Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente;
  • Fundo Nacional do Idoso;
  • Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações;
  • prevenção e mitigação de desastres naturais.

Os congressistas também retiraram do texto as propostas do Ministério da Fazenda que permitia o bloqueio de emendas parlamentares impositivas.

Segundo o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), o tema está sendo tratado na votação do ajuste fiscal proposto pela área econômica do governo. Um dos três projetos do pacote de corte de gastos do governo prevê a possibilidade de bloqueio de até 15% das emendas parlamentares para cumprir os limites do arcabouço fiscal – regra que limita o crescimento das despesas do governo ao crescimento das receitas.

Outra mudança se refere ao orçamento de investimento das estatais. A LDO prevê a possibilidade de “acordo de gestão” entre as estatais e ministérios, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, para autonomia gerencial, incluindo metas de desempenho. Isso significa que as empresas estatais atualmente classificadas como dependentes, agora poderão passar a compor o Orçamento de Investimento, “conferindo-lhes assim maior autonomia orçamentária e financeira”, como defende o governo. Os gastos com recursos próprios por estas empresas são considerados fora das regras rígidas do arcabouço fiscal.

O senador Confúcio Moura, relator do projeto, também incluiu a possibilidade de serem acrescidos recursos para o pagamento de passivos judiciários e administrativos existentes em 2024. Esses valores devem ser quitados em até quatro anos.

Para as empresas estatais federais, a meta será de déficit primário de R$ 6,2 bilhões. Já a projeção do resultado primário de estados, Distrito Federal e municípios, que é apenas indicativa, é de superávit de R$ 1 bilhão.

Já o Fundo Partidário será corrigido, desde 2016, pelas regras do arcabouço fiscal, ou seja, pelo menos 0,6% de ganho acima da inflação, conforme a LDO aprovada.

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