O parlamento boliviano, Assembleia Legislativa Plurinacional (ALP) aprovou a realização de eleições gerais em 6 de setembro deste ano.
O pleito vai eleger o presidente da Bolívia – a atual presidente Janine Añez é provisória e autoproclamada – assim como o vice-presidente, deputados e senadores, uma vez que a última eleição foi anulada.
A data anterior prevista para as eleições era 3 de maio mas, devido à crise provocada pela pandemia, elas haviam sido prorrogadas sem data.
A atual decisão, proclamada pelo parlamento no dia 10, foi fruto de um acordo entre os diversos candidatos e os partidos pelos quais concorrem, incluindo o Movimento Al Socialismo (MAS), de Luis Arce, que lidera a disputa segundo pesquisas.
O acordo, uma vez firmado no início de junho, foi levado ao Tribunal Supremo Eleitoral que, por sua vez, o apresentou ao Congresso para aprovação. O presidente do TSE boliviano, Salvador Romero, saudou o entendimento e disse crer que a presidente interina, que também é uma das concorrentes, o promulgará.
Antes desse acordo, havia um impasse pois o MAS, que tem maioria no parlamento, havia aprovado, no dia 30 de abril, a data de 2 de agosto para o pleito, o que não foi aceito pelos demais candidatos.
Com o impasse agora superado espera-se que Añez o promulgue. Salvador Romero já informou que assim que ela o fizer começarão a ser tomadas medidas para a realização das eleições na data determinada.
LUIS ARCE
O candidato do partido MAS, Luis Arce, destacou: “Viabilizamos este acordo para que possamos ter o cuidado com a saúde, em primeira instância, mas também para dar a certeza a todos os bolivianos e bolivianas de que este ano haverá eleições e que elas se realizarão em 6 de setembro. Esperamos que o presidente do TSE tome as decisões para que a data se cumpra”.
Embora ainda não tenha promulgado a decisão, Añez já publicou uma mensagem dizendo “aceitar a decisão”, mas pediu que “se escutem especialistas em saúde” antes de que a data seja determinada.
Somente o partido Creemos, de Fernando Camacho, o principal organizador dos distúrbios, ainda em plena vigência do governo anterior, na região de Santa Cruz, distúrbios que se alastraram antes da autoproclamação de Añez, se negou a aceitar o acordo.
O ministro interino da Presidência, Yerko Núñez, ainda tenta tumultuar a decisão dizendo que se “houver consequências e danos à saúde” o responsável será o MAS.
Os partidos aguardam a promulgação por Añez mas, se ela não o fizer, a presidente do Senado, Eva Copa, poderá realizar a promulgação, conforme ela própria informou.