A diretoria executiva do Congresso Nacional Africano (CNA) ratificou a decisão, tomada em conferência partidária, que torna o ano de 2018 dedicado ao líder da libertação nacional e do apartheid da África do Sul, Nelson Mandela. Dessa forma, durante o período, o partido deve lutar prioritariamente pela criação de empregos e pelo desenvolvimento econômico, anunciou o presidente da agremiação, Cyril Ramaphosa, que também ocupa o cargo de vice-presidente do país, após uma reunião executiva celebrada entre os dias 18 e 19 de janeiro, na cidade de Irene, na província de Gauteng.
Durante o ano de 2018, será comemorado o centenário de Mandela, conforme decidido durante a 54º Conferência Nacional do CNA, realizada em dezembro de 2017, onde o então presidente foi reeleito. Na ocasião, os mais de cinco mil delegados, entre os quais o presidente do país, Jacob Zuma, elegeram a nova diretoria e estabeleceram o seu programa para o próximo período, o que inclui as eleições presidenciais de 2019, às quais Zuma não poderá concorrer.
Em nota publicada no site do partido, sobre a reunião, os dirigentes “concordaram sobre a necessidade de forjar um acordo social entre o governo, os trabalhadores e os empresários” para retomar “o desenvolvimento econômico, com base nas resoluções da 54ª Conferência Nacional”. Para tanto, reconheceram erros e afirmaram ser preciso “agir de forma decisiva e determinada para reconstruir o vínculo de confiança entre o povo e o movimento, restaurando sua dignidade e legitimidade moral”.
Os dirigentes também avaliaram a mobilização de comemoração dos 106 anos da fundação do partido, celebrados no dia 8 de janeiro. “Foi uma excelente mobilização”, realizada na cidade de East London, uma província do Cabo Oriental, que “produziu grande entusiasmo, esperança e entusiasmo entre o nosso povo” por sinalizar a retomada do caminho de Mandela.
Nesse sentido, os dirigentes do CNA afirmaram que as celebrações em homenagem ao primeiro presidente negro da África do Sul, durante o ano de 2018, terão como lema, “100 anos de Nelson Mandela: ano de renovação, unidade e trabalho”. Para Ramaphosa, o CNA utilizará esse período para resgatar as lições do líder anti-apartheid, impulsionando o processo de unidade e reconstrução deste movimento fundado em 1912.
Para Cyril, a África do Sul precisa construir uma base econômica capaz de dar dignidade a todos os cidadãos, sem privilegiar apenas poucos grupos. “Visualizamos uma economia que abarque a inovação tecnológica, que ofereça políticas para enfrentar as barreiras que impedem o crescimento e a inclusão social”. Abordando as dificuldades da organização, conclamou os militantes do CNA a lutar contra o tribalismo, o racismo, a xenofobia e pela afirmação das mulheres. Também afirmou ser necessário desmascarar todas as formas de corrupção.
GABRIEL CRUZ