
Importação da carne brasileira pelos americanos despenca 80%
As tarifas impostas pelo governo Donald Trump a produtos brasileiros nos Estados Unidos já impõe prejuízos comerciais para ambos os países, antes mesmo de a sobretaxa de 50% – proporcionada pela guerra de Trump em conluio com a família Bolsonaro – entrar em vigor.
Em abril, quando Trump decidiu aplicar taxação adicional de 10% ao Brasil (e a outros países), 47,8 mil toneladas de carnes brasileiras foram exportadas aos Estados Unidos. Em menos de três meses, o volume de vendas despencou para 27,4 mil toneladas em maio e 18,2 mil toneladas em junho. O volume de carne exportada em julho, até o dia 20, soma 9,7 mil toneladas – uma redução de 80% se comparado ao período anterior às tarifas.
Até então, o comércio entre os países batia recordes, com resultados nos primeiros meses do ano apontando crescimento de 112,6% em volume e 102% em valor em relação ao mesmo período de 2024. Para os americanos, importar carne brasileira também é vantajoso. Além do país ser o maior exportador, mesmo com as tarifas mais altas, o preço da carne do Brasil para o mercado americano subiu apenas 12%.
Os dados, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, compilados pela ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), dão dimensão do estrago que as articulações criminosas da família Bolsonaro podem causar ao Brasil, caso o governo dos Estados Unidos decida seguir em frente com a sobretaxa de 50%, que em tese entram em vigor a partir de 1º de Agosto.
Segundo a ABIEC, cerca de 70% de toda a carne produzida fica no mercado nacional. Os 30% que são exportados, em sua maioria, correspondem a cortes que o brasileiro não consome com frequência – para os Estados Unidos, principalmente o dianteiro do boi, onde é utilizado na produção de hambúrgueres.