Acusado de encobrimento do escândalo do email-gate de Hillary Clinton para favorecer a então candidata, o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, pediu demissão, segundo informa a mídia dos EUA nesta segunda-feira (29).
Enquanto os democratas inflam a farsa do Russiagate – a inexistente intervenção de Moscou nas eleições dos EUA – e a investigação do procurador especial Robert Muller contra Trump, os republicanos estão dando o troco, esmiuçando a ingerência do FBI de Obama para salvar a preferida de Wall Street.
Trump vinha insistentemente questionando como McCabe pôde estar no comando da investigação sobre Hillary, se sua esposa foi candidata ao senado estadual pelo Partido Democrata e recebeu doações “dos marionetes de Hillary”.
Segundo as fontes, McCabe irá deixar o FBI em março e continuará em licença até a data de sua aposentadoria.
Enquanto as agências de notícias asseveravam que o ex-secretário de Estado John Kerry havia pedido calma aos palestinos sobre Trump e Jerusalém, alegando que este “não ia durar muito”, setores democratas acusaram os republicanos de estarem tentando criar um diversionismo para atrapalhar a investigação de Muller. Na semana passada, houve rumores de que Trump chegou a cogitar demiti-lo, mas foi desaconselhado a fazer isso.
Em outro desdobramento da crise na cúpula do poder em Washington, o Comitê de Inteligência da Câmara, controlado pelos republicanos e presidido por Devin Nunes, aprovou divulgar ao público um memorando classificado, que denuncia que o FBI abusou das leis de vigilância para espionar a campanha de Trump. O documento também acusa a direção do FBI de ser anti-Trump e de trabalhar para sabotar seu governo, o que estaria provado por e-mails transcritos de agentes do FBI operando contra Trump.
O memorando de Nunes teria como base as alegações de que o FBI induziu em erro o tribunal da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) ao solicitar um mandado em 2016 para espionar Carter Page, um ex-banqueiro de investimento com sede em Moscou que serviu como assessor de política externa para a campanha Trump. O abuso envolve o uso de informações do “dossiê Trump” compilado pelo ex-agente de inteligência britânico Christopher Steele para obter a autorização da FISA, sem informar o tribunal de que tinha sido financiado pela campanha de Hillary.
De acordo com o New York Times, o alvo do memorando é o procurador-geral adjunto Rod Rosenstein, que nomeou Mueller como investigador especial e está supervisionando sua atuação. Foi Rosenstein que solicitou extensão da garantia da FISA para espionar Page.