Consulado paulista da Federação da Rússia sediou evento pelo Dia da Vitória sobre o nazismo realizado pelo Conselho dos Compatriotas Russos no Brasil
O Dia da vitória sobre o nazismo, que na Rússia é celebrado no dia 9 de maio – em seu 77º aniversário – foi comemorado em São Paulo no Consulado Geral da Federação Russa, no dia 5.
“A nossa vitória foi conquistada graças à coragem e audácia do povo soviético que durante os anos da guerra passou por inúmeros rigores e sofrimento no fogo das batalhas, mas conseguiu esmagar o nazismo”, declarou Pavel Kuptsov, cônsul da Rússia em São Paulo.
“MENTEM, DISTORCEM OS FATOS”
O cônsul condenou a campanha de mídia e de governos capitaneados por Washington que estão “deliberadamente distorcendo eventos de guerra”. Destacou que “aqueles que serviram aos nazistas estão sendo agora glorificados” na Ucrânia. “Mentem descaradamente e traem seus antepassados”.
“Nosso dever sagrado”, prosseguiu o cônsul, “é proteger os verdadeiros heróis e nos curvamos aos que pertenceram à geração de vencedores sobre o nazismo”.
Ele desejou saúde e paz a todos enfatizando que “sempre honraremos todos os veteranos e glorificaremos a Vitória que única para nós”.
Em sua saudação, o cônsul mencionou a principal organizadora do evento, Vera Gers Dimitrov, presidente do Conselho dos Compatriotas Russos no Brasil e os que mantém viva a cultura russa no Brasil, em especial o Grupo Volga e o Coral Melodia.
“VENCER O NAZISMO NOS PERMITIU A LIBERDADE”, DIZ LÍDER DA JUVENTUDE
Danilo Kozemekin, presidente da Organização dos Jovens Compatriotas Russos, salientou a importância do Dia da Vitória. ”Uma vitória sem a qual talvez não estivéssemos aqui para falarmos em liberdade sobre o que sentimos e pensamos”.
Danilo denunciou que devido à campanha de mentiras e distorções sobre o momento e a história do povo russo são atacados. “Nós como representantes dessa incrível história do povo russo, somos atacados. Hoje somos ameaçados pelo simples fato de carregarmos em nosso peito o nosso interesse em honrar a nossa história e a nossa cultura”.
Deixando claro que estes ataques não os abaterão, Danilo afirmou que o norte da sua organização será mantido: “preservar a história, preservar a cultura, preservar o conhecimento do idioma russo, fazendo com que as próximas gerações, assim como os jovens de hoje, possam conhecer a história, de fato como ela se deu, com base em fatos e não em distorções”.
“Hoje é um momento especial e também muito difícil para todos, pois ninguém quer guerra, ninguém quer destruição, mas é importante manter firme a posição da verdade, a posição da história e a história é uma só. E nós vamos preservar tudo isto custe o que custar. Queremos nosso povo, assim como a nossa comunidade aqui, cada vez mais unida, cada vez mais forte”.
“Sendo assim”, finalizou Danilo, “espero que assim como hoje, amanhã e sempre venhamos a nos reunir aqui e celebrar a memória daqueles que lutaram e se sacrificaram pelo bem da Humanidade”.
Um brinde à Vitória foi erguido por Andrei Petrov, conselheiro da Embaixada da Rússia no Brasil.
Os presentes ao coquetel foram brindados com músicas que se tornaram populares, cantadas por multidões durante a Grande Guerra Pátria e depois mundo afora, como Katiusha, na voz da soprano Eleonor Bondar. Clássicos da música popular russa foram entoados também por Galina Chevchuk e pelos integrantes do Grupo Volga.
Em uma saudação especial aos soldados que tombaram na luta contra o nazismo, o músico Victor Selin cantou “As cegonhas” que , como ressaltou Victor, “homenageia os que deram a vida em defesa da União Soviética”. Ele informou que a música é de um compositor da então República Soviética do Daguestão, país, como relatou Viktor, tem na Cegonha um animal de sua fauna presente no folclore nacional.
“As Cegonhas” se tornou uma música popular. Aqui vai ela cantada pelo Coral do Exército da Rússia e, em seguida, também podemos ouvir “Katiusha”. Ouçamos:
Entre os presentes registramos o diretor do Centro Popular de Cultura da UMES-Filmes, Bernardo Torres; o diretor da agência humanitária e de intercâmbio cultural com a Rússia (Rossotrudnichestvo), Artem ShmanenKo.
NATHANIEL BRAIA