Realizada na segunda-feira, 23, a consulta pública que atingiu mais de 9 mil professores, estudantes e funcionários trouxe em 1º e 2º lugar, com 3.749 e 2.553 votos respectivamente, a professora Maria Arminda do Nascimento, diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e Ildo Sauer, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente, professor da Escola Politécnica. Ambos fazem oposição à atual gestão.
O vice-reitor da USP Vahan Agopyan chegou em 3o. lugar (2353 votos) seguido de Ricardo Terra, professor da FFLCH, que obteve 439 votos.
A consulta é oficial, tem força política e moral, mas não decide o resultado final da disputa que será levada a cabo na próxima segunda-feira, 30, no colégio eleitoral composto por cerca de 2 mil integrantes. Os três candidatos mais votados nesta rodada comporão a lista tríplice que será levada ao governador Geraldo Alckmin.
Para o professor Ildo Sauer, vencida a etapa da consulta, que deixou explícito o elevado nível de rejeição da atual gestão, “é hora de confrontar os programas e escolher o melhor da oposição para encabeçar a lista”.
Com o passar dos dias vai ficando cada vez mais evidente que a comunidade de estudantes, servidores e docentes da USP disse um rotundo não à atual gestão da universidade na consulta realizada no último dia 23 de outubro. Foram 6.102 votos na oposição, formada pela chapa Ildo Sauer/ Tércio Ambrizzi e a chapa Arminda/Casella, contra apenas 2.577 votos da chapa situacionista, composta por Vahan e Hernandes e a sua sublegenda, de Ricardo Terra.
Entre os estudantes, Vahan teve menos da metade dos votos obtidos pela oposição (1.402 contra 659). Os servidores votaram em massa contra Vahan. Foram 2.791 votos da oposição contra somente 708 votos dados ao continuísmo das chapas 1 e 4. E entre os docentes, Vahan também perdeu. Foram 1.402 votos nas chapas de Ildo e Arminda e apenas 1.210 votos em Vahan & Companhia.
O Jornal da USP, já no primeiro dia, havia registrado este resultado altamente desfavorável para o continuísmo, mas, numa atitude de destempero, a atual gestão fez uma intervenção na edição e censurou a matéria. Mandou retirar do ar o artigo escrito pelo repórter que cobriu a eleição. Além de censurar o jornal da USP, a reitoria manipulou o resultado oficial com uma mensagem tendenciosa afirmando que Vahan tinha a preferência dos docentes. Ildo e Arminda já registraram o seu protesto a mais esse desmando da atual gestão.
SÉRGIO CRUZ