Segundo indicadores de desempenho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgados na quarta-feira (21), as consultas por financiamentos do BNDES (indicador de tendência dos desembolsos da instituição) recuaram 30% em fevereiro, em relação ao mês anterior, para R$ 2,78 bilhões. Este é menor nível de consultas desde o início da série histórica, em janeiro de 1995.
Os desembolsos também recuaram 22% no mês, para R$ 2,99 bilhões. O resultado é o pior desde abril de 2000. Com o péssimo desempenho do banco público no mês passado, o primeiro bimestre deste ano ficou com queda de 30% nas consultas e 32% nos desembolsos.
Os dados desanimadores do BNDES refletem a política criminosa do ex-presidente do BankBoston e ex-presidente do Conselho de Administração da holding J&F, hoje ministro da Fazenda Henrique Meirelles – que busca desmantelar o BNDES, através da manutenção de uma política recessiva, com estímulos às importações e o encarecimento do crédito que é cedido às empresas.
No ano passado, Meirelles acabou com a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) que garantia crédito com juro mais baixo à indústria, já que o encargo tinha como base de cálculo, a inflação dos últimos 12 meses mais um percentual de remuneração para o banco.
No lugar da TJLP, o ministro implantou a Taxa de Longo Prazo (TLP) que objetivamente encareceu o custo do credito do banco, em razão deste, ser vinculado à Taxa Básica de Juros (Selic), cuja variação é mensal.
Ou seja, os juros do banco de fomento ao desenvolvimento econômico passaram a ficar no mesmo patamar dos juros cobrados pelos bancos privados, cujas taxas no Brasil são de curto prazo e endemicamente altas.