
Medida anunciada pela Anatel terá custo extra de R$ 4,463 a cada 100 KWh
A conta de luz ficará mais cara a partir de junho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (30) que o sistema tarifário Bandeira Vermelha patamar 1 será acionado a partir da semana que vem, adicionando às contas de energia custo extra de R$ 4,46 a cada 100 kWk consumidos.
A decisão se baseia em previsões de que o mês de junho será mais seco, diminuindo a disponibilidade de geração de energia hidroelétrica no país. Para manter a geração, então, será necessário acionar as usinas termelétricas – que são mais caras para as operadoras de energia. Os custos, ao invés de serem absorvidos pelas distribuidoras, são repassados aos consumidores.
O sistema de energia elétrica do país operava em bandeira verde – sem adição de custos nas tarifas por condições favoráveis de geração – desde dezembro do ano passado. Agora em maio, mesmo que o mês tenha sido chuvoso na maior parte do país, a Aneel decidiu acionar a bandeira amarela – com adição de R$ 1,885 a cada 100 kWk consumidos.
Antes da implantação das bandeiras tarifárias pela Aneel, em 2015, o aumento do custo de geração de energia era repassado aos consumidores via reajuste anual. Agora, o sistema antecipa as condições de geração.
Bandeira verde: custo normal, sem cobrança adicional.
Bandeira amarela: custo moderado, com acréscimo.
Bandeira vermelha: custo alto, com acréscimo maior, dividido em patamar 1 e patamar 2.
CONTA DE LUZ E INFLAÇÃO
O aumento da conta de luz tem efeito imediato na inflação. Além do peso no orçamento das famílias, tem impacto nos custos das empresas e é repassado para os preços de outros produtos – inclusive dos alimentos.
A prévia da inflação de maio medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), por exemplo, registrou alta de 0,36% após o acionamento da bandeira tarifária amarela.
O acumulado no ano ficou em 2,80%, enquanto em 12 meses foi de 5,40%.
A principal contribuição para a variação dos preços veio do grupo Habitação (0,67%), onde sobressai a energia elétrica residencial, com alta de 1,68% no mês. Além da bandeira tarifária, reajustes anuais regionais também contribuíram para o peso da conta de luz na inflação.