“Se democracia for nocauteada, será retrocesso enorme”, afirma o empresário da Klabin, um dos mais de 100 mil signatários da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”
O empresário Horácio Lafer Piva, economista, ex-presidente da Fiesp e membro do conselho da Klabin, é um dos mais de 100 mil signatários da “Carta aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”, que será divulgada amplamente pela Faculdade de Direito da USP no dia 11 de agosto.
“Nesse momento não tem empresário, jurista ou artista, é a defesa de todos, das pessoas que começam a prestar mais atenção e perceber que as coisas estão transbordando”, declarou ao Valor Econômico sobre os manifestos que começaram a proliferar em defesa da democracia e contra as tentativas golpistas de Bolsonaro.
“A falta da democracia não traz ganhos para ninguém. Nossa manifestação acontece para que seja levada não aos nossos pares, mas para que vaze para todos, seja entendida como o tema que mais se deve neste momento exigir atenção. Sem democracia os problemas econômicos não melhorarão, ao contrário, no tempo colapsarão ainda mais, prejudicando os que mais precisam”, declarou em entrevista ao Estadão, destacando o “drama da carestia e da inflação”.
“A democracia é forte e uma fênix que renasce por ser o único sistema político que tem no seu cerne a liberdade. Mas nossa história já provou que ela pode ser nocauteada, o que é um retrocesso enorme num país com as necessidades que temos, com as instituições que construímos, e com os avanços já conquistados”, declarou.
Para Piva, em reportagem do Valor Econômico, a despeito do “pacote de bondades” do governo federal, que reduziu os preços dos combustíveis, mantendo-os em patamares ainda elevados para o bolso do consumidor, e amplia programas sociais, entre outros benefícios, “a defesa do presidente tornou-se inconsistente”. O empresário também lembrou “episódios de corrupção e mentiras deste governo”.
Piva sugere que, independentemente das distintas siglas partidárias, os candidatos à Presidência que se preocupam com as insinuações do presidente de desacato ao resultado das eleições deveriam, pelo menos nesse ponto, “assumir um discurso unificado em prol da democracia”. “Os chefes de campanha deveriam se reunir e fazer um pacto em torno disso”, disse ao Valor.