A Copel (Companhia Paranaense de Energia) concluiu, na quarta-feira (14), a demissão de 1.437 trabalhadores por meio do Plano de Demissão Voluntária lançado pela empresa em 2023.
De acordo com o Sindicato dos Técnicos Industriais no Estado do Paraná (Sintec-PR), “com isso, a Copel, que antes contava com 5.584 funcionários, agora vê seu quadro reduzido em 53,5%”, desde que o processo de privatização foi iniciado, ainda no governo Beto Richa.
Segundo a empresa, 180 funcionários deixaram a empresa até 30 de junho, 1.078 foram desligados na quarta-feira e outros 179, com funções consideradas “de maior criticidade”, deixarão a empresa entre dezembro deste ano e início de 2025.
De acordo com o Sintec-PR, “a medida é parte de um movimento mais amplo, que reflete a transição da empresa para uma estrutura focada no lucro, após sua privatização”. A empresa concluiu sua operação de privatização em agosto de 2023.
“Com a privatização, a Copel anunciou lucros expressivos. Em 2023, a empresa teve um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, dos quais 50% foram destinados aos acionistas. Já no primeiro semestre de 2024, o lucro líquido foi de R$ 473 milhões, um aumento de 53,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses resultados, no entanto, foram acompanhados de críticas, já que parte dos lucros advém de isenções fiscais que poderiam ser direcionadas a investimentos sociais”, afirma o sindicato.
A entidade afirma que a redução do quadro de funcionários foi uma das primeiras etapas, com sucessivos Programas de Demissão Voluntária (PDVs) diminuindo o número de concursados e aumentando a terceirização.
O Sintec também alerta que a perda de funcionários qualificados e a mudança para uma gestão orientada pelo lucro podem impactar a qualidade dos serviços prestados e resultar em aumentos nos preços da energia elétrica.
“O governo do Paraná, que antes detinha 31,1% das ações da Copel, agora possui apenas 15,9%, enquanto o mercado financeiro controla 61,9% das ações, consolidando a transformação da empresa em uma corporação focada no mercado”, afirma.