O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na quarta-feira (6), pela redução em meio ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que passa para 7,0% ao ano.
Descontada a inflação projetada pelo BC, o juro real no Brasil é o terceiro juro real do mundo, atrás da Turquia e Rússia, e bem à frente da média de 40 países onde a média está negativa em 0,1%. Nos Estados Unidos, o país com a maior dívida pública do mundo, o juro real está negativo em -0,88%.
A redução nominal da Selic a conta-gotas mantém os juros reais na Lua e a economia no fundo do poço.
Na semana passada (1/12), o IBGE divulgou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de apenas 0,1%. Uma trajetória de queda: no primeiro trimestre foi de 1,3% e no segundo trimestre caiu para 0,7%. O resultado desastroso do PIB joga por terra a encenação do governo Temer/Meirelles de que há “recuperação” da economia.
Com exceção da agropecuária, todos os outros setores apresentaram queda no acumulado do ano. Sendo que a taxa de investimentos no terceiro trimestre caiu para 16,1%. O menor patamar da série histórica do IBGE.
Segundo nota do Banco Central, ao final da reunião do Copom, “no cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 2,9% para 2017…”. Com a atual Selic, a taxa real de juros é de 3,9%.
Além disso, a redução nominal da taxa Selic interfere pouco nas taxas de juros das demais linhas de crédito da economia, tanto para os consumidores, como para empresas. As taxas praticadas pelos bancos e cartões de crédito encontram-se em níveis estratosféricos.