O parlamento da Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira (27) o impeachment do presidente interino, Han Duck-soo.
O primeiro-ministro Han Duck-soo, atual presidente interino da Coreia do Sul, desde que o presidente golpista Yoon Suk Yeol sofreu impeachment neste mês após imposição da lei marcial em 3 de dezembro. Após o impeachment de Han, o ministro das Finanças Choi Sang-mok é o próximo na linha para assumir a presidência em exercício, de acordo com a lei sul-coreana.
O principal partido da oposição, o Partido Democrático (DP), decidiu pelo impeachment de Han Duck-soo depois que ele resolveu obstruir o processo do golpista Yoon Suk Yeol, ao negar-se a nomear três juízes para preencher as vagas no Tribunal Constitucional.
O parlamento com maioria do Partido Democrata apoiou três candidatos na quinta-feira (26), mas o interino Han disse que não os nomearia a menos que houvesse um acordo bipartidário a respeito.
Houve desacordo entre os partidos no poder e na oposição e alguns estudiosos constitucionais não se puseram de acordo sobre se uma maioria simples ou um voto de dois terços seria necessário para o impeachment do presidente interino.
No entanto, o presidente do parlamento Woo Won-shik, que é do DP, disse que apenas uma maioria simples era necessária para aprovar a medida.
O grupo francês “Iniciativa Comunista” organizou entrevista exclusiva com dirigentes do Partido Democrático do Povo, partido muito ativo da Coreia do Sul, com objetivo de entender melhor a grave crise do regime de Seul.
De acordo com o o partido Democrátido do Povo, o golpista Yoon Suk-yeol, que enfrentava impeachment pelo mais grave escândalo de corrupção, tentou desviar a pior crise política declarando a lei marcial sob o pretexto de uma “guerra local contra a RPDC (Coreia do Norte), com objetivo de fortalecer a ditadura fascista e sair de sua crise.
Segundo a avaliação do Partido Democrático do Povo, o plano de Yoon Suk-yeol passava por uma “guerra local contra a RPDC” como parte de um plano provocativo para uma “Guerra da Coreia” promovida pelo imperialismo norte-americano que domina a “República da Coreia (Coreia do Sul)”.
“Como é sabido”, dizem os dirigentes do PDP, “as forças imperialistas, incluindo os Estados Unidos, estão tentando freneticamente provocar a Terceira Guerra Mundial, e para isso uma guerra no Leste Asiático, especialmente uma guerra na Coreia, seria indispensável”. No entanto, “a provocação de uma ‘guerra local contra a RPDC’ em outubro-novembro deste ano, que foi implacavelmente promovida pelos fascistas de Yoon na “República da Coreia”, falhou por causa da “paciência estratégica” da RPDC e a declaração da lei marcial em 3 de dezembro foi derrubada pela forte resistência da população”. Como resultado, “Yoon, ao contrário do que queria, sofreu impeachment muito rapidamente e agora enfrenta” as consequências por incitar a insurreição e a rebelião”, conclui o Partido Democrático do Povo.