O quinto pronunciamento de Jair Bolsonaro em cadeia nacional, na noite desta quarta-feira (8), foi recebido com mais um grande panelaço. Este foi o 20º panelaço em repúdio à atuação do presidente com relação à pandemia do Covid-19, que já matou ao menos 800 brasileiros.
Os panelaços contra o presidente começaram no dia 17 de março e coincidem com o início da fase mais aguda das medidas de quarentena pelo país contra o novo coronavírus. Desde então, Bolsonaro contraria as determinações da Organização Mundial da Saúde e do próprio Ministério da Saúde brasileiro e se opõe à quarentena como forma de reduzir o contágio do coronavírus.
Em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Salvador, por exemplo, o presidente foi alvo de gritos “Fora, Bolsonaro!” enquanto pessoas batiam panelas.
Na capital paulista, protestos foram relatados em diversos bairros. Na Bela Vista, na região central, houve também gritos de “fora assassino” e de “fora genocida” contra Bolsonaro. Também houve manifestações contra Bolsonaro em Vila Romana e Pompeia (zona oeste), Tatuapé (zona leste), Pirituba (zona norte), Ipiranga (zona sul), Santa Cecília e Campos Elíseos (centro).
DISCURSO
Bolsonaro voltou a criticar os governadores que estão trabalhando na contenção do coronavírus. No discurso, ele reclamou que “não foi consultado sobre sua amplitude ou duração”, das medidas tomadas pelos governantes.
Novamente, Bolsonaro deturpou a orientações da Organização Mundial de Saúde para justificar críticas à quarentena geral, que abrange toda população. Em referência a falas anteriores de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ele disse que os mais humildes não podem deixar de se locomover para garantir o pão diário.
No entanto, Bolsonaro omitiu, mais uma vez, a cobrança do diretor para que governos se responsabilizem pela parte econômica para que trabalhadores possam ficar em casa durante a pandemia.
“As consequências do tratamento não podem ser mais danosas que a própria doença. O desemprego também leva à pobreza, à fome, à miséria, enfim, à própria morte”.
Até esta quarta-feira (08), nenhum brasileiro recebeu o auxílio emergencial de R$ 600, que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 30 de março.
Veja as imagens do panelaço:
São Paulo
Brasília
Belo Horizonte
Belém – PA
Recife
Fortaleza
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Salvador