A Ministra Kátia Arruda, do TST, relatora do dissídio coletivo dos Correios, definiu em despacho que a empresa não pode adiantar qualquer medida nem descontos, antes de encerrado o julgamento do processo de greve. Contudo, a diretoria da estatal vem descumprindo as decisões da Justiça.
Descumprindo as determinações do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a empresa tira “do bolso do trabalhador e da boca de seus familiares mesmo em plena pandemia”, denuncia o sindicato.
A estatal possui cerca de 100 mil trabalhadores, que já viram ser retirados quatro tickets direcionados à alimentação, desde o mês de agosto. A empresa acabou ainda com o parcelamento do adiantamento de férias e com o adicional de 70%, reduziu a 1/3, e agora reduziu também os tickets dos funcionários que saíram de férias.
Em meio à greve, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, usou as redes sociais para atacar o movimento dos trabalhadores da empresa. Segundo ele, a paralisação em tempo de pandemia é inadequada e, por consequência, a categoria deveria assistir de braços cruzados os ataques da diretoria da estatal a seus direitos.
“Os Correios oferecem um serviço essencial aos brasileiros, que chega a cada município. É legítimo os servidores reivindicarem, mas greve em plena pandemia é totalmente inadequado. No momento da privatização, todos terão oportunidade de levar suas demandas ao Congresso Nacional”, disse Faria.
A greve, iniciada em 17 de agosto, é uma resposta dos trabalhadores da ECT contra a tentativa da diretoria da estatal de retirar 70 das 79 cláusulas previstas no acordo coletivo de trabalho, sem a abertura de diálogo com a categoria, destaca o Sindicato dos Trabalhadores da ECT de São Paulo (Sintect-SP).