Correios entram em greve nacional contra arrocho e privatização

Assembleia realizada em São Paulo, na noite de terça-feira. Foto: Sintect-SP

Os trabalhadores dos Correios aprovaram, em assembleias na noite desta terça-feira, 10, greve nacional por tempo indeterminado, a partir das 22 horas, em defesa de reajuste salarial e benefícios, ameaçados pela direção da empresa, que se recusa a negociar.

Assembleias em São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins, Maranhão, e outros estados, também repudiaram o plano do governo de privatização da empresa. Em São Paulo, cerca de 5 mil trabalhadores participaram da assembleia no clube da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos).

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“Cerca de 80% das agências vão aderir à greve. Foram 36 sindicatos que em conjunto e com decisão unânime decidiram pela paralisação”, afirma Douglas Cristóvão de Melo, diretor de comunicação do Sintect (Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) e da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios). Outras assembleias ainda ocorrerão nesta semana.

“A direção da ECT e o governo querem reduzir radicalmente salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios. Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro. Jogar no lixo o atendimento a todos os cidadãos, a segurança nacional envolvida nas operações, a integração nacional promovida pelos Correios”, afirma o Sindicato.

“Infelizmente não restou alternativa. Para manter nosso Acordo Coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar. E tem que ser todo mundo junto e unido em cada setor e nacionalmente”.

As negociações para um novo acordo coletivo ocorrem desde julho e, no dia 4 de setembro, a direção da empresa rejeitou a mediação da negociação pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) com funcionários, recusando-se a manter por 30 dias o acordo coletivo vigente.

A categoria defende reajuste salarial pela inflação, de 3,43%, e a manutenção de benefícios, como ter os pais como dependentes no plano de saúde, continuidade de percentual de férias em 70% e vales alimentação e refeição.

No entanto, a proposta da empresa previa reajuste salarial abaixo da inflação, de 0,8%, e a exclusão dos pais de planos de saúde também é um ponto sensível na negociação.

“A intenção do governo e da direção da ECT é acabar com os benefícios da categoria”, afirma a nota do Sindicato, ressaltando que agora “vamos juntos mostrar à direção da ECT e ao Governo Federal que não aceitamos destruição do nosso Correios, dos nossos direitos, dos nossos empregos e salários, do sustento das nossas famílias”.

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