
Mauricio Camisotti, de acordo com a Polícia Federal, é um “sócio oculto” da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que faturou R$ 178 milhões entre 2019 e 2024
Criminosos que participaram da corrupção na venda de vacinas contra Covid-19 no governo Bolsonaro estão envolvidos no esquema do INSS que desviou até R$ 6,3 bilhões das aposentadorias e pensões.
Não por acaso o escândalo no INSS também começou no governo Bolsonaro.
Os nomes de Mauricio Camisotti e Danilo Trento foram apontados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia como articuladores da venda de vacinas Covaxin superfaturadas para o Ministério da Saúde, dirigido na época por Eduardo Pazuello, atualmente deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Os contratos da Precisa Medicamentos com o governo Bolsonaro só foram cancelados depois de revelada a fraude.
Mauricio Camisotti, de acordo com a Polícia Federal, é um “sócio oculto” da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), que faturou R$ 178 milhões entre 2019 e 2024.
Essa associação, contra a qual constam mais de duas mil reclamações, conseguiu em 2021 o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para fazer descontos diretamente na folha dos aposentados e pensionistas.
Danilo Trento chegou a ser indiciado por fraude em contratos das vacinas, organização criminosa e improbidade administrativa, tendo viajado para a Índia para fazer negociações.
Ele atuou junto do ex-procurador do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, que foi afastado pela investigação de fraudes no órgão. Os dois foram filmados juntos em uma área restrita do Aeroporto de Congonhas, acompanhados do agente da Polícia Federal Philipe Roters Coutinho, com quem a investigação apreendeu R$ 200 mil em espécie.
Para o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), “a negociata com as vacinas da Índia não deu certo e eles partiram para lesar aposentados e pensionistas. Essa é nossa principal hipótese. Precisamos aprofundar as investigações”. Randolfe foi vice-presidente da CPI da Pandemia.