A Corte de Arbitragem do Esporte (CAS, sigla em inglês), com sede em Lausane, na Suíça, inocentou 28 atletas, recusando a condenação por suposto doping generalizado formulado pelo Comitê Olímpico Internacional.
A dureza com que o COI agiu às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro, banindo dezenas de atletas de jogos internacionais por toda a vida e proibindo a delegação Rússia de desfilar ou competir sob a bandeira do país, assim como uma série de esquemas para condenar o Comitê Olímpico da Federação Russa em uma suposta dopagem generalizada de atletas foi denunciada como parte integrante da campanha anti-Rússia desencadeada pelo governo norte-americano.
A campanha, um vale-tudo, chegava à politização injustificada das competições esportivas. Antes disso, já consistia na aprovação de sanções econômicas ao país.
Tudo isso, porque os russos se recusavam à submissão à política externa de agressão dos EUA. O governo russo atuou de forma independente, seja ao repelir a intervenção que levou uma junta fascista ao poder na Ucrânia, seja ao colocar em marcha a solidariedade inclusive armada contra fomento do terrorismo na Síria ou, simplesmente, na aliança, em vários aspectos, com o governo chinês.
Foi assim, que em 2016 veio o banimento da bandeira russa no decorrer das Olimpíadas que são assistidas no mundo inteiro e nas quais atletas russos sempre se destacam. Uma pena nunca aplicada a país nenhum, afora, é claro, do banimento da África do Sul por conta do apartheid, pena suspensa assim que o regime discriminatório terminou.
O apelo pela revisão das penas impostas pelo COI foi formulado por 49 atletas, dos quais 28 foram considerados livres da imputação que os impedia de participar das competições. Os apelos foram considerados por dois painéis e ambos por unanimidade consideraram, nestes 28 casos, como “insuficientes as evidências apontadas pelo COI”.
Segundo a CAS, não se pode estabelecer que no caso destes atletas “houve qualquer violação das Regras Anti-Doping por parte dos atletas”. A sentença também declara que estes atletas são elegíveis para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, que se realizarão em Pyongyang.
Os apelos foram, portanto, “considerados válidos, as sanções anuladas e os resultados por eles alcançados nas Olimpíadas de Sochi são reestabelecidos”.
Quanto aos 11 atletas russos aos quais a CAS considerou que houve algum tipo de doping, a sentença foi de que eles não podem participar em Pyongyang, mas fica anulado o banimento por toda a vida, como tentou impor o COI.
Além disso, com a decisão da CAS, atletas que haviam recebido medalhas olímpicas em Sochi e que lhes foram cassadas pelo COI, agora devem tê-las de volta, o que traz a Rússia como a vencedora das Olimpíadas de Inverno de Sochi em termos de contagem de medalhas.
O diretor do Comitê Olimpico da Rússia, Alexander Zhukov, festejou: “Desde o início, insistimos de que nossos atletas não estão envolvidos em qualquer fraude de doping e agora estamos felizes poque a Corte reabilitou o nome deles e lhes devolveu suas premiações”.
Mas o COI, que tem influência predominante dos EUA e Inglaterra, continua se esforçando para discriminar a Rússia, ameaçando desrespeitar a decisão da corte suprema do esporte. “A decisão da CAS não significa que os atletas deste grupo de 28 serão convidados aos Jogos. Não serem condenados não significa que são automaticamente convidados”, afirmou nota do COI.
O representante inglês no COI, Adam Pengilly, disse que estava “abismado e com raiva” da decisão da CAS e que esta tornava aquele dia “um dia desesperado e escuro para o esporte”.