Corte de Haia condena Israel por ocupação e anexação ilegal de território palestino

Corte Internacional de Justiça com sede em Haia aponta crimes do regime de ocupação israelense (Al Jazeera)

Tribunal criado pelas Nações Unidas para arbitrar questões entre os 193 Estados-membros da ONU determinou que a presença continuada das tropas de Israel em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental,  “deve acabar o mais rapidamente possível”

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) afirmou que a presença de tropas israelenses em território palestino – Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental -, é ilegal e equivale à anexação, devendo “acabar o mais rapidamente possível”.

Reunido em Haia na última sexta-feira (18), o único tribunal que resolve disputas entre os 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) foi contundente em seu parecer consultivo sobre as consequências jurídicas decorrentes das políticas e práticas israelenses.

Os juízes denunciaram que os abusos de Israel vão desde a construção e expansão de colônias, a utilização dos recursos naturais da área, a anexação e imposição de controle permanente sobre terras e políticas discriminatórias contra os palestinos, e que todas elas violam o direito internacional.

É preciso deixar claro, esclareceu o presidente da da CIJ, Nawaf Salam, que Israel não tem direito à soberania dos territórios, nem a violar as leis internacionais com a sua aquisição pela força e muito menos impedir o direito do povo palestino à autodeterminação.

No seu parecer os juízes apontaram que outras nações vinham sendo obrigadas a não “prestar ajuda ou assistência” aos palestinos diante da manutenção da presença invasiva de Israel no território.

A resolução defende que Israel encerre imediatamente a construção de assentamentos e que os existentes devem ser removidos, de acordo com um resumo do parecer de mais de 80 páginas lido por Nawaf Salam.

“No que diz respeito à questão da ocupação prolongada do Território Palestino Ocupado, que dura há mais de 57 anos (parágrafos 104-110), o Tribunal observa que, em virtude do seu estatuto de potência ocupante, um Estado assume um conjunto de poderes e deveres relativamente ao território sobre o qual exerce controle efectivo. A natureza e o alcance destes poderes e deveres baseiam-se sempre no mesmo pressuposto: que a ocupação é uma situação temporária para responder a uma necessidade militar e não se pode transferir o título de soberania para a potência ocupante”, esclareceu o documento.

Conforme o documento, Israel anexou de forma criminosa a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental – áreas da Palestina histórica que devem conformar um Estado livre, através de uma guerra em 1967. Desde então, construiu assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, expandindo continuamente. Também tinha assentamentos em Gaza antes da retirada em 2005, atualmente transformada no maior campo de concentração – e extermínio – do mundo.

PALESTINOS RESSALTAM “DECISÃO HISTÓRICA”

Na avaliação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina, Riyad Maliki, a decisão assinalou um “momento decisivo para a Palestina, para a justiça e para o direito internacional”.

“A CIJ cumpriu os seus deveres legais e morais com esta decisão histórica. Todos os Estados devem agora cumprir as suas obrigações claras: nenhuma ajuda, nenhuma assistência, nenhuma cumplicidade, nenhum dinheiro, nenhuma arma, nenhum comércio, nada – nenhuma ação de qualquer tipo para apoiar a ocupação ilegal de Israel”, destacou.

O embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, enfatizou que a decisão foi um “passo significativo” na direção de acabar com a ocupação e alcançar os direitos inalienáveis ​​do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação, à condição de Estado e direito ao retorno .

O direito ao regresso é uma exigência dos palestinos que foram forçados a abandonar as suas casas na Nakba (a “catástrofe”, como os árabes identificam a implantação de Israel e o deslocamento pelas armas e pelo terror de centenas de milhares de palestinos) em 1948 e na guerra árabe-israelense de 1967 a retornar a elas.

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Uma resposta

  1. A quem serve ou para que serve a ONU? Penso eu que que é um órgão só para enfeite 🤬 falam falam e não resolvem nadaaa e enquanto isso os Palestinos são mortos todos os dias e infelizmente assistimos a a tudo isso inertes como se estivéssemos com as mãos atadas pois quem pode fazer nada faz 🙄 até quando esses horror e tormento irá?
    #PalestinaLivre
    #Palestinalibera
    #FreePalestina
    #PalestinalivredoRioaoMar

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