
O corte de 60% nos recursos do programa Farmácia Popular, previsto no Orçamento para 2023 enviado pelo governo ao Congresso, vai impactar severamente a vida de pessoas que sofrem de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, asma, entre outras, e até os usuários de fraldas geriátricas.
Com o corte feito pelo governo Bolsonaro, dos R$ 2,04 bilhões do orçamento deste ano, o recurso previsto cairá para R$ 804 milhões em 2023, o que, segundo o ProGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), restringirá o acesso da população a 13 tipos de medicamentos.
O Farmácia Popular oferece gratuitamente remédios para as doenças mais comuns no país, como é o caso de diabetes e hipertensão, e também dá acesso de forma subsidiada – o governo paga até 90% do valor tabelado e o cidadão, o restante – a medicamentos para rinite, glaucoma, osteoporose, doença de Parkison, anticonceptivos e fraldas geriátricas.
Assim que o corte foi divulgado em reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a medida – de impacto tão negativo para a população de baixa renda, ou seja, milhões de pessoas que necessitam de uso contínuo desses medicamentos – caiu como uma bomba na campanha eleitoral de Bolsonaro, ainda mais sabendo-se que esses cortes no Orçamento se deram para garantir mais recursos para o “orçamento secreto”, esquema criminoso de desvio de verbas públicas para a compra de votos.
Com a repercussão da notícia, e alertado pelo comitê de campanha, Bolsonaro, temendo mais perda de votos, correu para tentar tirar o corpo fora de suas responsabilidades e, nesta quarta-feira (14), divulgou que estava mandando os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Marcelo Queiroga, da Saúde, reverterem os cortes para recompor o Farmácia Popular.
Segundo Guedes, assim como prometeu manter o auxílio em R$ 600,00, sem incluir na lei do próximo ano, Bolsonaro promete que irá manter o Farmácia Popular como é atualmente. Corta com uma mão, e com a outra promete que não cortará. Outra promessa não incluída no Orçamento.