Primeiro semestre será de queda na economia, avalia Ibre/FGV
A economia brasileira deve recuar no primeiro semestre deste ano, segundo previsões do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), divulgadas na segunda-feira (25). O instituto projeta quedas de -0,5% e -0,2% no primeiro e segundo trimestre, respectivamente.
De acordo com o Ibre, entre outubro e novembro do ano passado, a economia brasileira já revelava “significativa desaceleração”.
“A redução do auxílio emergencial no último trimestre de 2020, a aceleração da inflação e o recrudescimento da pandemia são alguns fatores que devem ter contribuído para um menor ímpeto de consumo, tanto de bens quanto de serviços, no final do ano passado. Projetamos crescimento do PIB de 1,9%, contra o terceiro trimestre, e queda de 2,8%, na comparação interanual”, apontam, no Boletim Macro, edição de 2021, o Coordenador de Economia Aplicada do instituto, Armando Castelar, e a coordenadora geral e técnica, Silvia Matos.
Em 2020, os técnicos estimam uma queda de 4,5% no PIB. “Nossas projeções apontam crescimento próximo de zero, quando comparado a novembro, nos principais setores da economia”. O Ibre também projeta retração nos dois primeiros semestres deste ano – devido ao comportamento do consumo das famílias e no setor de serviços, no entanto, mesmo assim, a expectativa é de crescimento de 3,5% no PIB em 2021.
“O crescimento ao longo de 2021 deve ficar concentrado no segundo semestre, enquanto na primeira metade do ano deve haver retração do PIB. Contudo, as incertezas a respeito da evolução da atividade econômica persistem diante do avanço do número de casos de Covid-19 no território nacional, da ausência das políticas de estímulo implementadas ao longo do ano passado e das incertezas quanto à evolução do processo de vacinação no país.”, afirmam os economistas.
A principal contribuição negativa para a atividade neste começo de ano virá do consumo das famílias. O Ibre projeta queda de 0,5% neste componente nos primeiros três meses deste ano, ante os três meses anteriores. Além disso, os serviços devem diminuir 0,4%, para o mesmo período analisado.
Na questão do emprego, as projeções são de alta no desemprego de 15,5% no primeiro trimestre, atingindo um pico de 16% no segundo. A taxa de desocupação no país deverá ter uma média anual de 15,3% este ano, segundo as projeções do instituto.