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90% da mídia ‘ucraniana’ na folha de pagamentos da Usaid, revelou o WikiLeaks.
Com os biliardários Musk e Soros disputando no tapa o controle da máquina de desinformação&golpes dos EUA no exterior, como fica patente na Usaid, a mídia pró-Otan está em desespero porque o dinheiro de sua ‘liberdade de macaquear’ não chega, como revelou o WikiLeaks.
A Usaid financiou 9 em cada 10 veículos de mídia ucranianos, informou o WikiLeaks na quinta-feira (6), citando um relatório recente da organização Repórteres Sem Fronteiras. Subitamente, os dólares pararam de fluir, a fonte secou e o clima é de pânico.
Também segundo o WikiLeaks, só em 2023 foi “quase meio bilhão de dólares (US$ 472,6 milhões) da Usaid por meio de uma ONG secreta financiada pelo governo dos EUA, a ‘Internews Network’ (IN)”. O que cevou 4.291 ‘meios de comunicação’, com 4.799 horas de transmissões em um ano e mais 9.000 jornalistas na folha de pagamentos, alcançando até 778 milhões de pessoas.
Como registrou o ex-senador Ron Paul, isso significa “que praticamente não há mídia independente na Ucrânia, apenas agências de notícias falsas dispostas a seguir a linha de propaganda do governo dos EUA”. “Alguém acha que esses meios de comunicação de ‘notícias’ totalmente financiados pelos EUA publicariam uma história que o governo dos EUA não queria publicar?”, questionou.
Ele observou que a “maioria das histórias da grande mídia dos EUA sobre a Ucrânia tem suas origens nas ‘reportagens’ da mídia local”, paga pelos EUA, que depois é reproduzida pelos meios de comunicação ocidental “num ciclo fechado de propaganda” e mentiras.
POR TRÁS DO LOGOTIPO
É também do ex-senador a advertência a alguns que ainda possam se lembrar de sacos e arroz ou grãos com o logotipo da Usaid: “isso não é a Usaid”.
“A Usaid é um componente-chave das operações de “mudança de regime” do governo dos EUA em todo o mundo. A Usaid gasta bilhões de dólares todos os anos apoiando “ONGs” no exterior que funcionam como governos paralelos, corroendo governos eleitos que os intervencionistas dos EUA querem derrubar. Por trás da maioria dos desastres da política externa dos EUA no exterior, você verá as impressões digitais da Usaid. Da Ucrânia à Geórgia e muito além, a Usaid está se intrometendo nos assuntos internos de países estrangeiros – algo que enfureceria os americanos se estivesse acontecendo conosco.”
Com uma dotação anual de US$ 50 bilhões, alguma coisa de humanitário eventualmente a Usaid deve prover, mas como parte da fachada do que realmente interessa: ingerência, golpes, chantagem, sobre governos e povos que buscam a soberania e o desenvolvimento.
FOCADO NA NOVA ERA
Com Musk focado em voltar essa máquina para receptáculos mais propícios aos seus projetos, tipo Breitbart, Fratelli di Itália, Steve Banon, Javier Milei e congêneres, anauês à parte, a Usaid foi considerada “sem conserto” e anunciado que seus 10.000 agentes estariam rapidinho na rua.
A maioria está no exterior e recebeu ordem de retornar em 30 dias. O site da Usaid foi congelado. O cabaré passará a ser administrado diretamente pelo chefe do Departamento de Estado, Marco Rubio.
O que faz a nata do neoliberalismo e seu irmão siamês, o identitarismo woke, chorar a perda do seu tão profícuo instrumento – além de sua utilidade em desovar dólares, muitos dólares, para os esquemas de Hillary e outros campeões do livre arbítrio de Wall Street.
Um “ninho de lunáticos radicais”, carimbou Trump, que curiosamente não se achou nem lunático, nem radical, ao almejar construir em Gaza sua “Riviera sobre cadáveres” e executar um remake 2025 da Nakba.
FINOU-SE
No Sul Global, está difícil emplacar o conto de fadas sobre o ameaçado “maior canal de ajuda humanitária” do planeta. Nos idos dos anos 1960, em plena ditadura, os estudantes brasileiros foram apresentados à Usaid e sua reforma universitária, levando-os às ruas.
A Usaid foi criada por JFK em 1961, quando o levante anticolonial corria solto no mundo e era gigantesco o prestígio da União Soviética. Seu rebento, a ‘Aliança para o Progresso’, durou oito anos.
Em tudo que foi ‘revolução colorida’ que deu certo ou não, o patrocínio da Usaid não faltou. Como no golpe em Kiev de 2014, que instaurou no poder os neonazistas; na “preparação do caldo” em Hong Kong, em 2014 e 2019; na “primavera árabe”; nos golpes na América Latina e muitos outros lugares. E, antes disso, na contrarrevolução no Leste europeu e no esquartejamento da Iugoslávia.
Com uma verba dessas, sempre é possível unir o útil ao agradável. Musk acusou Soros de ter descoberto “como transformar uma quantia relativamente pequena de seu dinheiro em dinheiro massivo do contribuinte”. A Usaid está “cheia de fraudes”, diz Trump, um expert no assunto fraude.
Os democratas não estão gostando nada de perder seus esquemas. O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Obama, Ben Rhodes, classificou o fechamento da Usaid de “essencialmente ceder” o globo inteiro “à China e a outros países” para preencher o espaço que “antes era preenchido pelos Estados Unidos”. E isso com Trump prometendo anexar o Canadá, a Groenlândia, Gaza, o Canal do Panamá, o ‘Golfo da América’, e mais uns meses à frente, o planeta Marte.