CPI: diretor da Prevent entra na lista de investigados; não explicou irregularidades

Senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, questiona Pedro Batista diretor da Prevent. Foto: Edilson Rodrigues - Agência Senado
Relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou, ainda, que vai encaminhar dossiê obtido pela comissão de inquérito para a Procuradoria de Justiça de São Paulo

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), comunicou, nesta quarta-feira (22), que vai incluir mais um nome na lista de investigados do colegiado: do médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior. Ele está sendo ouvido pela comissão.

O senador afirmou, ainda, que vai encaminhar o dossiê obtido pela CPI com denúncias feitas por ex-médicos da empresa contra a operadora para a Procuradoria de Justiça de São Paulo.

“Estes fatos aconteceram lá e há um desejo do Ministério Público de São Paulo de levantar essas circunstâncias”, declarou o senador.

A Prevent Senior é acusada de ministrar medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 em pacientes da doença que procuraram atendimentos em hospitais vinculados à operadora. Algumas denúncias dizem que uma parte dos infectados era medicada com os remédios sem o devido consentimento.

“MENTIROSO”

O representante da operadora negou todas as acusações e tentou desacreditar e criminalizar os denunciantes. Benedito disse que o dossiê entregue à CPI é “mentiroso” e que os autores do documento são “criminosos”. O diretor apontou suposta alteração de dados da empresa por ex-funcionários.

“Ex-médicos da Prevent manipularam dados de uma planilha interna de acompanhamento de pacientes para tentar comprometer a operadora. Esses profissionais então, já desligados, passaram a acessar e editar o referido arquivo culminando no compartilhamento da advogada Bruna Morato em 28 de agosto”, afirmou Pedro Benedito.

Bruna Morato é a advogada que teria, supostamente, apresentado à CPI as denúncias de irregularidades nos estudos conduzidos pela operadora.

A empresa teria o protocolo de administrar medicamentos – como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19. O governo federal teria conhecimento da prática.

O protocolo foi desenvolvido com a ajuda de pelo menos um membro do chamado “gabinete paralelo”, que auxiliou Jair Bolsonaro na condução da pandemia.

M. V.

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