
Colegiado aprovou também pedidos de levantamento de dados de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS
A CPMI do INSS, que investiga fraudes bilionárias em benefícios de aposentados e pensionistas, aprovou nesta quinta-feira (11), as quebras de sigilos bancário e fiscal de Antônio Carlos Camilo Antunes, lobista conhecido como “Careca do INSS”.
Antônio Carlos é apontado pela Polícia Federal como figura central do esquema de descontos indevidos. A previsão é que ele compareça à comissão na próxima segunda-feira (15).
A defesa dele alegou inocência e afirmou “confiar na apuração dos elementos constantes nos autos”.
Os congressistas também aprovaram as quebras dos sigilos bancários de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, que pediu demissão da autarquia após a deflagração da operação sobre as fraudes, e do empresário Maurício Camisotti, apontado como beneficiário dos desvios.
SUSPEITOS SERÃO DEVASSADOS
Outras dezenas de requerimentos foram aprovados, incluindo a quebra de sigilos de empresas e sindicatos suspeitos.
Os dados deverão abranger o período entre a assinatura do acordo de cooperação da entidade com o INSS e 2025, segundo o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
As quebras de sigilo relacionadas ao ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, ouvido pela comissão na última segunda-feira (8), não foram apreciadas. Os requerimentos aprovados foram fruto de acordo entre governistas e oposição.
MAIS INFORMAÇÕES DA PF, MJ, BC E INSS
O colegiado autorizou ainda pedidos de acesso a registros de entrada e saída de investigados em órgãos públicos, além de informações a instituições como PF (Polícia Federal), o Ministério da Justiça, o Banco Central e ao próprio INSS.
Foram aprovados 3 requerimentos de quebra de sigilo e envio de relatórios sobre transações financeiras que envolvem o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos).
MINISTRO DE BOLSONARO
Na segunda parte da reunião, a comissão vai ouvir o ex-ministro José Carlos Oliveira.
Ele presidiu o INSS entre novembro de 2021 e março de 2022 e ocupou a pasta da Previdência entre março e dezembro de 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Instalada em 20 de agosto, a CPMI apura descontos não autorizados em benefícios do INSS. Segundo a investigação, entre 2019 e 2024, sindicatos e associações de aposentados e pensionistas cobraram mensalidades de beneficiários do INSS, em fraude que soma R$ 6,3 bilhões.