A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI do Golpe, afirmou que a comissão voltará do recesso parlamentar com “dias absolutamente intensos” de trabalho com o avanço das investigações sobre os organizadores e financiadores do atentado do dia 8 de janeiro.
A relatora ressaltou que novos documentos chegaram à CPMI durante o recesso e podem ajudar na investigação e embasar novas quebras de sigilo.
“No período de recesso, recebemos um volume muito grande de documentos sigilosos, que vão respaldar tanto as oitivas quanto a apresentação de requerimentos para novas quebras de sigilo”, disse Eliziane.
“Nas próximas semanas, teremos reconvocações e acareações, de forma que possamos chegar aos autores intelectuais e aos financiados do 8 de Janeiro, um ato terrível contra a democracia brasileira”, continuou a relatora da Comissão.
A senadora Eliziane Gama não informou quais pessoas podem ser reconvocadas.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, ficou em silêncio durante o depoimento para não produzir provas contra si. Ele foi flagrado conversando sobre planos golpistas pelo WhatsApp com colegas.
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, “claramente mentiu” quando esteve na CPMI, comentou a relatora após a sessão, ocorrida em junho.
Na versão de Vasques, todas as operações da PRF no dia do segundo turno das eleições presidenciais foram absolutamente normais. No entanto, as operações se concentraram na região Nordeste, onde o presidente Lula tinha larga vantagem desde o primeiro turno.
Está sendo cotado para a convocação com a reabertura dos trabalhos o nome de Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro.
Heleno era amigo pessoal de Jair Bolsonaro e membro da ala mais golpista do antigo governo. Sua “missão” nos últimos quatro anos foi transformar o GSI em um braço de Bolsonaro.
Foram pessoas indicadas por ele que conversaram e deram água para golpistas dentro do Palácio do Planalto, durante o atentado de 8 de janeiro.