Está prestes a começar o julgamento histórico em Haia e até o governo Biden, que vinha apoiando as atrocidades de Israel, está ficando espremido e já cogita apresentar resolução no Conselho de Segurança da ONU determinando parar as agressões
O embaixador do Brasil em Israel Frederico Meyer chega nesta quarta-feira (20) ao Rio de Janeiro para se reunir com o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e com o presidente Lula. O Brasil, que convocou o embaixador israelense para dar explicações sobre a agressão de seu governo ao representante brasileiro em Tel Aviv, chamou Meyer de volta e estuda outras medidas contra a arrogância do regime israelense.
O ditador israelense, que na segunda-feira (19) reprimiu violentamente uma manifestação interna contra seu governo, tentou humilhar o embaixador brasileiro no museu do holocausto, onde afirmou, na presença do representante brasileiro, que Lula seria “persona non grata” em Israel.
A reação do Itamaraty foi imediata. O embaixador israelense foi convocado pelo Itamaraty para explicações e o embaixador brasileiro naquele país foi chamado de volta ao Brasil. Com exceção da mídia servil, o país inteiro e boa parte do mundo aprovou as medidas enérgicas tomadas por Brasília.
A resposta do mundo, principalmente do Sul Global, contra a arrogância de Netanyahu também foi imediata. Logo após Lula denunciar os crimes de Israel contra a população civil palestina e os comparar aos feitos de Hitler durante a II Guerra Mundial, o Tribunal Penal Internacional de Haia começa, pela primeira vez na história, a julgar as atrocidades do regime israelense que já matou quase 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças em Gaza. O pedido de julgamento foi feito pelo governo da África do Sul.
O presidente da União Africana, organização composta por 52 países, Azali Assoumani, também levantou a voz contra os crimes de Netanyahu e exigiu, na abertura da cúpula, o fim imediato do “genocídio perpetrado por Israel em Gaza”.
Ele disse que seu país apoiou a iniciativa da África do Sul, demandando da Corte Internacional de Justiça que “tome medidas para deter o genocídio dos palestinos pela ditadura israelense em Gaza”.
Além das 30 mil mortes, o regime israelense feriu mais de 70 mil pessoas e destruiu praticamente toda e infraestrutura da Faixa de Gaza. Escolas, universidades e hospitais foram destruídos e cerca de dois milhões de pessoas foram expulsas de suas casas.
Isolado em todo o mundo por conta desses crimes hediondos, cometidos a luz do dia, Benjamin Netanyahu se destemperou com as verdades ditas por Lula na reunião da União Africana, na Etiópia e tentou isolar o líder brasileiro. Como disse o ex-chanceler Celso Amorim, “ele é que está isolado e é ele [Netanyahu] também que é persona no grata no mundo”.
Até mesmo países europeus, que, por rendição aos ditames americanos, vinham fechando os olhos para os crimes de Israel na Faixa de Gaza, como a França, por exemplo, começam a exigir limites para Netanyahu. Emmanuel Macron se pronunciou pedindo o cessar-fogo. O representante diplomático da União Europeia, Josep Borrell, chegou a entrar em atrito com a Casa Branca, criticando a administração Biden por lamentar o número de mortos em Gaza e, ao mesmo tempo, fornecer a Israel armas para apoiar a sua campanha militar.
Na semana passada, forças israelenses armadas invadiram um hospital em Khan Yunis e provocaram a morte de dezenas de pessoas por falta de oxigênio. Eles já haviam matado crianças em incubadoras em outro hospital invadido recentemente no norte de Gaza. Agora o terror está se dando no sul. Não é por outro motivo que várias pessoas, inclusive Lula, estão comparando esses crimes aos que foram cometidos por Hitler na Europa do Leste.
A população que estava sendo atendida no hospital invadido pelas hordas de Netanyahu foi obrigada a ir para as ruas onde eram atingidas por rajadas de metralhadoras feitas pelos soldados israelenses. O desespero foi enorme entre a multidão. Pessoas fazendo hemodiálise tiveram que sair correndo e muitos foram retirados ainda em suas macas. Há quem diga que Hitler, pelo menos, diferente de Netanyahu, escondia suas monstruosidades.
São esses crimes que Lula denunciou. Não há dúvidas de que a posição corajosa do líder brasileiro, apesar da grita histérica do regime fascista israelense e de parte da mídia servil brasileira, está galvanizando o mundo inteiro. Até rabinos israelenses e também fora de Israel estão dando razão a Lula. Manifestos estão sendo feitos em condenação a Netanyahu.
Em Israel, o povo está indo para as ruas aos milhares contra Netanyahu, como vimos acima. Até mesmo o governo Biden, que vem vendendo armas a Israel e apoiando suas atrocidades, está ficando sem espaço e já cogita apresentar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU determinando a interrupção das agressões à população civil palestina. Quem parece que terá que se desculpar não será Lula, por ter dito a verdade, mas, sim, Netanyahu, por seus crimes.