Juros elevados e renda apertada elevam o número de inadimplentes no país
O ano começou com mais de 40% da população adulta brasileira inadimplente, aponta pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O número de pessoas com dívidas em atraso cresceu 0,56% em relação a dezembro de 2022, totalizando 65,19 milhões de consumidores – o que significa que quatro em cada dez brasileiros estão negativados. O volume de inadimplentes também é 7,74% maior do que o mesmo período de 2022.
A proporção e o crescimento do número de brasileiros que não conseguem pagar suas dívidas, apontam para os desafios do novo governo: baixar os juros e ampliar as rendas. Nos últimos quatro anos, a combinação de inflação, juros altos, desemprego e rendas arrochadas teve grande impacto sobre esta realidade.
De acordo com a pesquisa, 50,88% dos que deixaram de pagar suas dívidas são mulheres e 49,12%, homens. O valor médio das dívidas é de R$ 3.883,63, cuja esmagadora maioria tem os bancos como credores (63,04% das dívidas). A prática predatória dos bancos de cobrar taxas de juros abusivas nos cartões de crédito e cheque especial explicam a concentração.
Em seguida, estão as dívidas com o Comércio, que respondem por 11,78%. Depois, a inadimplência com as contas básicas, como Água e Luz, que atualmente representam 10,88% do total e são um sintoma do aperto dos brasileiros, que tem deixado de pagar até mesmo pelos serviços básicos por falta de dinheiro.