O desemprego e o achatamento dos salários foram responsáveis por elevar o percentual de famílias endividadas (com contas em atraso ou não) para 61,2% em março – um aumento de 0,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ainda revelam que destes, 25,2% chegaram em março com as contas em atraso – ou seja, realmente inadimplentes. Sobre fevereiro, mês imediatamente anterior, a inadimplência cresceu 0,6%.
Em um universo de mais de 24 milhões de pessoas em situação de desemprego e subemprego, conforme apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a elevação do endividamento e da inadimplência são sintomas de uma população impedida de arcar com compromissos financeiros e dívidas, enquanto lutam para suprir as suas necessidades mais básicas.
Reféns de um sistema financeiro que pratica taxas de juros abusivas – as mais altas do mundo – as famílias estão principalmente endividas e inadimplentes com o cartão de crédito. Esse tipo de dívida corresponde a 76,4% do endividamento das famílias, diz a pesquisa.
Os dados da CNC ainda indicam que a proporção de famílias que se declaram “muito endividadas” cresceu bastante, passando de 13,6% em fevereiro para 14,1% em março.