Número de pessoas que não trabalhavam e nem procurava por trabalho cresceu de 75,1 milhões para 76,8 milhões
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou através do levantamento Pnad Covid, divulgado nesta sexta-feira (24), um salto de mais de um milhão e 700 mil trabalhadores para fora da força de trabalho na primeira semana de julho. O número de pessoas que não trabalhavam e nem procurava por trabalho cresceu de 75,1 milhões para 76,8 milhões. Desse grupo, 28,7 milhões disseram que gostariam de trabalhar, mas que desistiram de buscar ocupação por conta da pandemia ou por não encontrarem trabalho em suas regiões.
Esse contingente não é contabilizado na taxa de desocupação do país (usada para aferir o desemprego) porque, segundo os critérios do IBGE, só são considerados desempregados aqueles que procuraram trabalho efetivamente nos dias antecedentes à pesquisa.
A saída de pessoas da força de trabalho foi responsável pela ligeira queda na taxa de desocupação na primeira semana de julho, informa o IBGE. Na comparação semanal, o número de desocupados caiu de 12,4 milhões para 11,5 milhões de pessoas.
“Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo”, apontou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.
O levantamento foi feito entre os dias 28 de junho e 04 de julho. A pesquisa é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio que visa avaliar os impactos da pandemia no mercado de trabalho, mas não é comparável à Pnad-Contínua, que é usada como indicador oficial de desemprego, por conta das diferenças de metodologia.
DESEMPREGO SOBE EM JUNHO, RENDA CAI
Também nesta quinta-feira, o IBGE divulgou os dados mensais de junho do levantamento especial, mostrando que a taxa de desemprego subiu para 12,4% no mês passado, ante 10,7% em maio. Além disso, os dados mostram que 29,6 milhões de brasileiros deixaram de procurar trabalho em junho por conta da falta de emprego e da pandemia.
O número de trabalhadores afastados do trabalho em função da pandemia em junho chegou a 14,8 milhões de pessoas (17,7%), ante 9,7 milhões (11,6%) nessa situação em maio, informou o IBGE. Desse total, 48% estavam afastados sem remuneração.
Além disso, o IBGE apurou que a renda efetiva dos brasileiros caiu 16,6% em junho, em relação ao início da pandemia.