Um vídeo que mostra um menino de sete anos sendo algemado e posto em uma viatura em uma escola de Miami após agredir uma professora está causando um grande discussão nos EUA. O incidente ocorreu na quinta-feira (25) e foi gravado no celular e postado pela indignada mãe nas redes sociais, tendo mais de 3 milhões de visualizações. A criança também foi levada à força a um hospital para “exame psicológico” onde ficou por 72 horas.
A mãe, Mercy Alvarez, disse que seu filho não tem uma doença mental e afirmou que ele sofreu “abuso policial”. “Isso é demais para um garoto dessa idade. Não pode ser um procedimento normal”, acrescentou. Ela também denunciou que foi impedida de acompanhar o filho no centro de saúde mental.
Ainda segundo Alvarez, o garoto não se comportava de forma agressiva antes do ano letivo começar. Ela acrescentou que até então ele tirava boas notas e se comportava bem. Em entrevista à Associated Press, a mãe questionou ainda de por que “se meu filho não estava mais agressivo quando chegamos, como eles dizem que ele estava, por que tomar medidas tão extremas?”.
Segundo relatos, a professora teria pedido ao menino que parasse de brincar com a própria comida no refeitório. Ele teria se recusado a parar e foi retirado do local. Com raiva, a criança puxou o cabelo da educadora, além de dar socos e chutes, até que os dois caíram.
Então a polícia foi chamada para deter e algemar a criança de sete anos. Ela foi ainda levada a um hospital, segundo uma lei da Flórida que permite à polícia levar pessoas à força para uma avaliação psiquiátrica caso haja ameaça a si próprio e a terceiros.
Após a repercussão do caso, o chefe da polícia local, Ian Moffett, admitiu que é “raro” que essa lei seja aplicada a alunos tão jovens. Na versão da porta-voz do distrito escolar onde aconteceu o problema, Jaquelyn Calzadilla, a criança não foi presa, “mas contida para transporte” [na viatura].
A mesma criança havia sido presa em novembro – o ano letivo nos EUA começa em agosto ou setembro – por bater nos coleguinhas. Conforme as agências de notícias, a professora – que não tinha ferimentos visíveis – asseverou estar “com dor nas costas” e se disse disposta a entrar na justiça. O pai, Rolando Fuentes, chegou a pedir aos policiais que o algemassem e o levassem na viatura, “não meu menino”. Foi ignorado.