TH Joias era parlamentar da base do governador Cláudio Castro (PL)
O desembargador Macário Júdice Neto, relator do caso do ex-deputado TH Joias, foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (16) em uma operação que investiga o vazamento de informações sigilosas para favorecer a facção Comando Vermelho.
A prisão ocorreu após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação obteve mensagens trocadas entre Júdice Neto e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União), que indicam a participação do desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) no vazamento de informações.
A PF apurou que Macário estava em um restaurante com Rodrigo Bacellar, quando este último ligou para TH Joias para avisá-lo da operação.
Segundo o g1, a informação foi obtida do celular de Rodrigo Bacellar, que o ex-presidente da Alerj se recusou a dar a senha, mas, mesmo assim, a PF conseguiu acessar o aparelho.
A esposa do desembargador preso, Flávia Ferraço Lopes Judice, atuava no gabinete da diretoria-geral da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até o início de novembro, quando a investigação contra o ex-deputado estadual TH Joias já estava em curso.
Rodrigo Bacellar foi preso e agora tem que usar tornozeleira eletrônica por ter, segundo os investigadores, ajudado Thiego Santos, o TH Joias, a fugir e destruir provas.
O ex-deputado TH Joias, que é o ponto central de toda a trama, era parte da base aliada do governador Cláudio Castro (PL), com quem posou para diversas fotos.
Ele foi preso em setembro por envolvimento com o Comando Vermelho. O parlamentar é investigado por lavagem de dinheiro e por vender armas e drones para a facção criminosa.
No dia da prisão de Thiego, Castro publicou uma edição extra do Diário Oficial tirando do cargo de Secretário de Esportes Rafael Picciani. Dessa forma, Picciani assumiria a cadeira de TH Joias, o que evitaria o constrangimento de haver um deputado estadual preso.
O governador nega a manobra e disse que isso é “bobagem retórica”.
O desembargador Macário Júdice Neto ficou afastado por 18 anos do Judiciário devido a uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) sobre sua participação em um esquema de venda de sentenças no Espírito Santo.
O TRF-2 chegou a aposentar (que é uma forma de afastamento no Judiciário) Júdice Neto em 2015, mas a decisão foi revogada no mesmo mês. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recebeu o caso em 2022 e avaliou que havia passado o prazo máximo para julgamento.











