Uma quadrilha organizada com ao menos 30 criminosos fortemente armados invadiram na noite deste domingo (17) a cidade paranaense de Guarapuava, a cerca de 250 km da capital Curitiba, para assaltar uma transportadora de valores. O grupo efetuou disparos contra um batalhão da Polícia Militar (PM), fez reféns e incendiou caminhões para dificultar a chegada das autoridades.
Ao menos três pessoas ficaram feridas, sendo dois policiais e um civil. De acordo com a PM, os cabos José Douglas Bonato e Ricieri Chagas estão internados em estado estável. Bonato foi atingido na perna e submetido a uma cirurgia bem-sucedida. Já Chagas teve um ferimento na região do crânio e estava sedado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Vídeos feitos por moradores e compartilhados nas redes sociais mostram um cenário cinematográfico no município. As gravações exibem blindados do Exército circulando pelas ruas e veículos em chamas. Em algumas, é possível ouvir tiros e explosões.
De acordo com a PM, os criminosos não conseguiram concluir o roubo. Até o momento, foram apreendidos cinco veículos, quatro capacetes balísticos e nove armas de fogo, entre elas fuzis.
Segundo registros do Corpo de Bombeiros do Paraná, ao menos três veículos foram incendiados. Houve confronto entre criminosos e policiais. O bando conseguiu fugir em um comboio em direção ao interior do estado e está foragido.
Segundo o Exército, a 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada usou um blindado para transportar militares e reforçar a segurança fora do quartel. “Não houve nenhuma ação contra instalações militares”, disse em nota.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, comunicou que reforços da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal já foram enviados à cidade. Ele afirmou que a pasta está em coordenação com o governo local “para prover todo o apoio necessário”.
Guarapuava, que tem cerca de 183 mil habitantes, foi um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a madrugada desta segunda-feira.
O episódio se assemelha a invasões registradas recentemente em municípios como Araçatuba (SP), Criciúma (SC) e Cametá (PA), também invadidos e sitiados por criminosos com grande poderio bélico. Esse tipo de ação em que quadrilhas especializadas miram cidade de pequeno e médio porte do interior e geralmente atacam agências bancárias e batalhões da polícia ficou conhecido como “novo cangaço”.