
A atual crise entre Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro é apenas a primeira de outras que virão.
É impossível ter um mínimo de apreço pelos ideais democráticos e não se chocar contra Bolsonaro – um ser que, além de fazer abertamente a apologia da ditadura, da tortura e da eliminação física dos adversários, é completamente boçal e desequilibrado.
O PCdoB, assim como o PDT, o PPS e vários outros partidos que já em janeiro não aspiravam integrar a base do governo captaram essa tendência e souberam levá-la em conta na decisão de apoiar a candidatura de Rodrigo Maia à presidência da Câmara.
O PT atacou essa tática sob o argumento de que apoiar Maia era o mesmo que apoiar Bolsonaro. E defendeu que a oposição apresentasse uma candidatura contra Maia, para marcar posição. Seu interesse, ainda que não declarado, estava em posar formalmente de cabeça da oposição e não em criar obstáculos para o avanço do bolsonarismo na Câmara Federal.
Como vários próceres petistas depois de roubar e mentir à tripa forra perderam o respeito por si próprios, é necessário registrar o ocorrido, pois não será surpresa que eles resolvam amanhã divulgar a “narrativa” de que foi Lula o grande eleitor de Maia.
(SÉRGIO RUBENS)